lha Brava: Coordenador da Sala de Recursos pede aos pais para não privarem seus filhos de frequentar a escola
O coordenador da Equipa de Apoio à Educação Inclusiva na Brava, Alfredo Gomes, apela aos pais para colocarem os filhos na escola, pois estão a privá-los da oportunidade de serem independentes e autónomos.
O coordenador da Equipa de Apoio à Educação Inclusiva na Brava, Alfredo Gomes, apela aos pais para colocarem os filhos na escola, pois estão a privá-los da oportunidade de serem independentes e autónomos.
Em declarações à Inforpress, Alfredo Gomes salientou os planos e projectos que a Sala de Recursos e a equipa de apoio a educação inclusiva pretendem concretizar para que tenham mais crianças a frequentar o espaço e a apoiar mais famílias.
A Sala de Recursos foi inaugurada em 2014, mas antes disso vinha funcionando como Núcleo da Educação Inclusiva, desde 2009, que apoiava professores e encarregados de educação.
Para dar vazão aos problemas detectados, houve a necessidade de abrir a Sala de Recursos, com “mais técnicos especializados”, e hoje é constituído por pedagogo, sociólogo, psicóloga e um professor especial, e tem sinalizado 24 alunos com necessidades especiais.
Nesta sala acolhem alunos com diversas deficiências, desde transtornos por défice de atenção e hiperactividade, deficiência intelectual, alunos com paralisia cerebral e casos de cegueira.
Além de acolherem e apoiarem os alunos, fazem um trabalho de sensibilização junto dos pais e encarregados da educação, trabalho de sensibilização junto das escolas e professores para a aceitação dessas crianças.
Realizam ainda trabalhos conjuntos com os professores na área da planificação e conteúdos que devem ser trabalhados e um acompanhamento terapêutico, para apoiar os alunos a compreenderem o currículo.
Para o responsável, além dos profissionais que compõe a equipa da Sala de Recursos é necessário ter outros especialistas, como fonoaudiólogo e fisioterapeuta, mas na ilha Brava ainda não existem estes especialistas, o que “dificulta um pouco” as actividades diárias com alguns alunos, sobretudo os portadores de deficiências como paralisia cerebral e problemas com a fala.
Este ano é considerado o ano da “sinalização”, por isso a equipa encontra-se a adoptar outros métodos de trabalho em que todos os alunos são avaliados com base na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), mas, segundo a mesma fonte, por mais que tentem fazer o relatório, não conseguem completá-lo, devido a “falta do olhar” do fisioterapeuta e do fonoaudiólogo.
Para suprimirem estas necessidades a equipa trabalha no sentido de receber estes especialistas, “nem que seja de carácter temporário”.
Na ilha Brava alguns pais ainda demonstram “alguma resistência”, com casos de alunos com “baixa frequência” escolar devido a falta de sensibilização dos pais.
Alfredo Gomes apela aos pais para “não deixarem as crianças em casa, porque assim estão a privá-los de serem independentes e autónomos”.
Igualmente pede às escolas e professores para “usarem a empatia”, para aprenderem a se colocar no lugar dos outros e dar uma atenção “mais especial e cuidada” a estas crianças “na medida do possível”, já que “os professores não fazem milagres”.