Manifestação de Mindelo dá mais uma basta à centralização política: Sokols destaca sucesso absoluto com adesão de mais de 8 mil pessoas apesar do boicote por parte do Governo e da Câmara Municipal
O líder do Movimento Cívico Sokols considera que a manifestação de hoje, 13 de Janeiro, no Mindelo foi, um sucesso absoluto. «Tivemos uma adesão em massa de entre 8 e 12 mil pessoas, apesar do boicote com corte de electricidade e realização, no mesmo dia, de actividades em várias localidades por parte do Governo e da Câmara de S. Vicente», denuncia Salvador Mascarenhas.
Os manifestantes, partindo por volta das 10 horas depois da concentração na Praça Estrela, percorreram as principais artérias da cidade de Mindelo, empunhados da faixa « Basta», cartazes e dísticos com outras palavras de ordem, com destaque para as sobre «descentralização e autonomia já!».
O porta-voz do Sokols conclui que os manifestantes mandaram, mais uma vez, ao Governo e poder local uma mensagem forte de basta à centralização politica que se regista no país. «Mandamos uma forte mensagem de basta ao centralismo da Capital tanto ao Governo da República como à Câmara Municipal de S.Vicente. Caso esta não mandar criar um Gabinete para articular com o poder central sobre o processo da descentralização, o Sokols pondera apoiar, nas próximas autárquicas, uma candidatura independente à Câmara que possa lutar por mais descentralização política e autonomia de S.Vicente e demais ilhas de Cabo Verde», avança a mesma fonte.
Salvador Mascarenhas revela que a manifestarão deste sábado foi mais bem organizada do que do 5 de julho que tive uma adesão popular ligeiramente superior. Destaca que desta vez houve maior engajamento de pessoas, apesar do boicote protagonizado, antes e depois da sua realização, por porte do Governo e da Câmara de Augusto César Neves.
«Houve uma tentativa de boicotar a manifestação desde o início da sua realização. Ontem, sexta-feira, foi criada, de repente, a Associação Amigos de S.Vicente, com o apoio da Câmara Municipal e do governo através do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas. Esta associação foi apagar, na estrada que liga a cidade do Mindelo ao aeroporto de S.Pedro, algumas inscrições do Sokols, nomeadamente Basta à Centralização e Autonomia já», descreve a mesma fonte.
Boicote e novas formas de luta
Mas segundo Mascarenhas as acções de boicote não ficaram por aí. Acrescenta que ainda neste sábado, foi realizado, paralelemente à manifestação, um campeonato de futebolim em várias zonas de S.Vicente. «Mas o mais grave foi o corte de electricidade, durante e depois da manifestação. Isto impediu que realizássemos, no término da marcha, com concentração por volta das 11 horas, na Praça D. Luís, a festa da cidadania com a actuação de vários grupos musicais e a realização de outras actividades artísticas», comenta o entrevistado do Asemanaonline.
Entretanto, o Sokols alerta que que pondera a recorrer a outras formas de luta mais radicais, mas sempre legais e pacificas, caso as autoridades centrais não levarem em consideração as manifestações de protestos realizadas. «Já na segunda-feira,15, vamos fazer um balanço da manifestação realizada, discutir e provar um caderno reivindicativo por S.Vicente e não só. Vamos ponderar a recorrer a outras formas de luta mais radicais, mas sempre de forma pacífica e legal, como a greve-geral, por exemplo, para fazer o Governo da República e a Câmara Central ouvir e resolver as reivindicações do Sokols», vai avisando Salvador Mascarenhas.
Asemana