Manifestação de Mindelo dá mais uma basta à centralização política: Sokols destaca sucesso absoluto com adesão de mais de 8 mil pessoas apesar do boicote por parte do Governo e da Câmara Municipal

O líder do Movimento Cívico Sokols considera que a manifestação de hoje, 13 de Janeiro, no Mindelo foi, um sucesso absoluto. «Tivemos uma adesão em massa de entre 8 e 12 mil pessoas, apesar do boicote com corte de electricidade e realização, no mesmo dia, de actividades em várias localidades por parte do Governo e da Câmara de S. Vicente», denuncia Salvador Mascarenhas.

Jan 14, 2018 - 15:03
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Manifestação de Mindelo dá mais uma basta à centralização política: Sokols destaca sucesso absoluto com adesão de mais de 8 mil pessoas apesar do boicote por parte do Governo e da Câmara Municipal

Os manifestantes, partindo por volta das 10 horas depois da concentração na Praça Estrela, percorreram as principais artérias da cidade de Mindelo, empunhados da faixa « Basta», cartazes e dísticos com outras palavras de ordem, com destaque para as sobre «descentralização e autonomia já!».

O porta-voz do Sokols conclui que os manifestantes mandaram, mais uma vez, ao Governo e poder local uma mensagem forte de basta à centralização politica que se regista no país. «Mandamos uma forte mensagem de basta ao centralismo da Capital tanto ao Governo da República como à Câmara Municipal de S.Vicente. Caso esta não mandar criar um Gabinete para articular com o poder central sobre o processo da descentralização, o Sokols pondera apoiar, nas próximas autárquicas, uma candidatura independente à Câmara que possa lutar por mais descentralização política e autonomia de S.Vicente e demais ilhas de Cabo Verde», avança a mesma fonte.

Salvador Mascarenhas revela que a manifestarão deste sábado foi mais bem organizada do que do 5 de julho que tive uma adesão popular ligeiramente superior. Destaca que desta vez houve maior engajamento de pessoas, apesar do boicote protagonizado, antes e depois da sua realização, por porte do Governo e da Câmara de Augusto César Neves.

«Houve uma tentativa de boicotar a manifestação desde o início da sua realização. Ontem, sexta-feira, foi criada, de repente, a Associação Amigos de S.Vicente, com o apoio da Câmara Municipal e do governo através do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas. Esta associação foi apagar, na estrada que liga a cidade do Mindelo ao aeroporto de S.Pedro, algumas inscrições do Sokols, nomeadamente Basta à Centralização e Autonomia já», descreve a mesma fonte.

Boicote e novas formas de luta

Mas segundo Mascarenhas as acções de boicote não ficaram por aí. Acrescenta que ainda neste sábado, foi realizado, paralelemente à manifestação, um campeonato de futebolim em várias zonas de S.Vicente. «Mas o mais grave foi o corte de electricidade, durante e depois da manifestação. Isto impediu que realizássemos, no término da marcha, com concentração por volta das 11 horas, na Praça D. Luís, a festa da cidadania com a actuação de vários grupos musicais e a realização de outras actividades artísticas», comenta o entrevistado do Asemanaonline.

Entretanto, o Sokols alerta que que pondera a recorrer a outras formas de luta mais radicais, mas sempre legais e pacificas, caso as autoridades centrais não levarem em consideração as manifestações de protestos realizadas. «Já na segunda-feira,15, vamos fazer um balanço da manifestação realizada, discutir e provar um caderno reivindicativo por S.Vicente e não só. Vamos ponderar a recorrer a outras formas de luta mais radicais, mas sempre de forma pacífica e legal, como a greve-geral, por exemplo, para fazer o Governo da República e a Câmara Central ouvir e resolver as reivindicações do Sokols», vai avisando Salvador Mascarenhas. 

Asemana