Maria Pereira, uma viagem de sonho - Peripécias, resiliência e adaptação
Mais que viagem, ir a Brava se tornou uma odisseia, nesta que foi a terceira viagem para Maria Pereira em pouco mais de dois anos, depois de estar quarenta anos longe da sua terra natal.
Mais que viagem, ir a Brava se tornou uma odisseia, nesta que foi a terceira viagem para Maria Pereira em pouco mais de dois anos, depois de estar quarenta anos longe da sua terra natal.
Com ideias fixas nos projectos que pensa desenvolver na ilha que lhe viu nascer, não seria qualquer obstáculo que lhe faria desistir de chegar a ilha de Nho Tatai.
Ideais bem formadas, moldadas pelas duas visitas que fez, esta viagem segundo nos disse, foi uma viagem de aprendizagem, de viver na pele o descaso que se tem para com a ilha, mas também sentir o que os bravenses sentem todos os dias, como o isolamento que a ilha está votada.
“Sai dos Estados Unidos da América e só quase 100 horas depois cheguei a minha djabraba”, disse meio zangada, para depois mostrar que nada lhe faria desistir de chegar à Brava.
Com uma característica peculiar demonstrando a força e garra, que lembra os grandes navegadores da Brava de antigamente, Maria Pereira tem nela uma fome insaciável de fazer algo pela ilha e pelas gentes de Djabraba.
Filantropa de nascença e sensível aos problemas de seres humanos por natureza, a paragem no Fogo, por quatro dias, foi aproveitado para conhecer a ilha do majestoso vulcão, mas também para reflexão sobre novo projectos para a Brava.
Sem dúvida que o verbo “viajar’ lhe corre nas veias, mas quando se trata de viagens para “minha Brava” as coisas ganham outras proporções, outro significado, outra grandeza. Grandeza de realização de sonhos antigos, de projectos que podem ser considerados megalomanos, mas pequenos pela importancia da ilha.
Maria Pereira disse que embora estava a pouco mais de 17 Km (09 milhas náuticas) da Brava, chegar a ilha estava se tornando algo penoso, so animado pela ideia fixa de estar a cumprir uma missão.
09 milhas náuticas de um mar complicado e penoso de transpor, ideia deixada por Eugénio Tavares ao escrever que da Brava para qualquer ponto os ventos são sempre de proa, o mar é sempre picado, as correntes sempre contrárias, o céu sempre toldado e prenhe de ameaças.
Mas para animo desta bravense de gema, felizmente que o regresso é uma festa, de qualquer ponto para a Brava todos os santos ajudam, o mar é de rosas e os ventos sempre de feição.
Depois destes dias no Fogo que obrigou Maria e prolongar a sua estadia em Cabo Verde, chegou a ilha, procurando deixar a mensagem da necessidade, a ideia nao eh nova, de investir melhor no sistema de transporte para a ilha, isso “porque pode fazer tudo, mas nao havendo circulação de pessoas, tudo se redundaria em nada”.
Promete voltar, e mesmo havendo dificuldades, garantiu estar preparada para as enfrentar e vencer, quais foram o tamanho e a dureza das mesmas.