Mário Chaves, eis o novo patrão da TACV
Cabo Verde vai pagar à Icelandair um milhão de euros por um ano de gestão da TACV Internacional. Nova administração, liderada pelo português Mário Chaves, assume funções a partir de segunda-feira.
Cabo Verde vai pagar à Icelandair um milhão de euros por um ano de gestão da TACV Internacional. Nova administração, liderada pelo português Mário Chaves, assume funções a partir de segunda-feira.
Uma nova equipa gestora, nomeada pela Icelandair, vai assumir o Conselho de Administração da TACV, que muda de configuração, ficando, por exemplo, José Luis Sá Nogueira como PCA, mas sem função executiva - o administrador Mário Socorro estará fora da nova equipa gestora, o que poderá explicar a sua ausência da cerimónia - enquanto Armindo Sousa deverá se manter como administrador executivo.
A transportadora de bandeira nacional passa agora a ser liderada pelo português Mário Chaves, antigo piloto da TAP e que há um ano foi contratado pela Icelandair para integrar a vice-presidência de Operações de Voo.
Chaves vai ser o presidente da Comissão Executiva (CEO) da TACV, devendo para o efeito contar com o apoio de uma equipa de executivos da Icelandair, que vão assumir a gestão da operadora cabo-verdiana a partir de segunda-feira.
Antigo comandante de um Airbus A320 da TAP, Mário Chaves iniciou a carreira na aviação civil em 1999. Foi Gestor das Operações de Voo e Instrutor de Airbus A320 na TAP até 2013, ano em que muda para a IATA (International Air Transport Association), onde trabalha três anos. Daqui, sai para a Icelandair em Outubro de 2016, para desempenhar as funções de vice-presidente de Operações da Icelandair.
O português é a escolha da Icelandair para liderar os destinos da TACV durante os próximos 12 meses, conforme reza o contrato de gestão assinado esta quinta-feira entre o Governo, a TACV e a Loftleidir Icekandic, subsidiária da Icelandair. Para este negócio, Cabo Verde vai pagar à operadora islandesa cerca de um milhão de euros (925 mil euros) por um ano de gestão da companhia aérea cabo-verdiana.
Na verdade, o Estado, segundo disse o ministro José Gonçalves após a assinatura do contrato de gestão, já avançou com 100 mil euros para o primeiro mês e durante meses seguintes serão 75 mil euros mensalmente.
Ao todo o Estado vai desembolsar um milhão de euros para pagar este contrato de gestão à Icelandair. “Entramos com 100 mil euros para o primeiro mês e depois são 75 mil euros/mês”, explicou José Gonçalves no final da cerimónia de assinatura de contrato. Ou seja, por um ano de contrato a Icelandair vai receber 925 mil euros.
Qual o plano de trabalho? “Neste momento estamos mais concentrados nos fluxos e menos nas rotas”, disse à imprensa o novo CEO da TACV, Mário Chaves, acrescentando que o estudo e implementação das novas rotas é “um processo que está agora a ser iniciado”.
O gestor explicou ainda que o modelo que a Icelandair quer implementar em Cabo Verde “é um modelo de expansão”, pelo que diz-se convicto que “no futuro o modelo dará oportunidade ao crescimento de emprego e não o contrário”. O administrador-delegado da Icelandair disse também que a Icelandair vai ajudar o Governo cabo-verdiano a procurar uma solução para a dívida da TACV, que ascende a 100 milhões de euros.
A assinatura do acordo de gestão da TACV Internacional foi presenciada por diversas personalidades da sociedade cabo-verdiana, entre elas o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que considerou que a Icelandair é o "melhor parceiro" para um "negócio credível".
Note-se que a gestão e posterior alienação do negócio internacional da TACV continua sobre a mesa, como parte da reestruturação da TACV. A primeira fase foi a saída da TACV dos voos domésticos cedendo o mercado nacional da aviação em exclusivo à Binter Cabo Verde, em cujo capital o Estado cabo-verdiano entrará com 49%.
Santiago Magazine