Ministério cabo-verdiano manda investigar morte de grávida e bebé em evacuação
O Ministério da Saúde cabo-verdiano anunciou hoje uma auditaria às circunstâncias da morte de uma grávida e do filho, sábado, durante uma evacuação clínica e após demora no transporte para a ilha do Fogo, causada pelo mau tempo.
Um comunicado assinado pelo delegado de Saúde da ilha da Brava, Carlos Gomes Dias, refere que a paciente era uma jovem de 27 anos de idade, "sem antecedentes obstétricos e que não era considerada uma grávida de risco".
Segundo a nota, apesar do seguimento pré-natal ter sido feito na ilha do Sal, onde a jovem vivia, esta chegou à ilha da Brava nas últimas semanas, onde tem familiares, para ter o seu bebé, lê-se na nota.
A parturiente teve uma complicação durante o parto, "com paragem de progressão fetal, o que implicava a realização de uma cesariana", pelo que teve de ser transportada para a ilha do Fogo.
Devido às péssimas condições climatéricas, foi difícil conseguir atracar no porto de S. Filipe. Após a terceira tentativa, o barco que a transportava conseguiu atracar", mas sem que a grávida e o bebé se salvassem.
Sobre este caso, o Ministério da Saúde e da Segurança Social anunciou que decidiu "acionar, imediatamente, uma auditoria técnica ao caso, como mandam as boas práticas".
Este ministério lamentou o sucedido e reconheceu as "vulnerabilidades, ainda existentes, num país arquipelágico", garantindo que "prosseguirá com a sua determinação de dotar todo o território nacional de autonomia técnica, necessária, para fazer face às situações de saúde e emergenciais".
"Há um caminho a ser percorrido e batalhas a serem vencidas para dotar todas as estruturas de saúde, nas ilhas, de capacidade necessária e autonomia técnica, para responder eficazmente e com qualidade às situações que, a cada momento, acontecem", prossegue a nota.