Moradores da rua da Cultura reclamam da demora na obra em execução na zona

Os moradores da rua da Cultura, em Nova Sintra, reclamaram hoje da demora na obra em execução nessa zona e apelaram a uma fiscalização por parte da autarquia considerando que a infra-estrutura precisa ser melhor coordenada.

Apr 6, 2024 - 14:14
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Moradores da rua da Cultura reclamam da demora na obra em execução na zona
O projecto da Estação de Dessalinização de Água do Mar – Brava (EDAM-BR) iniciou no passado mês de Fevereiro os trabalhos de instalação da conduta de água a partir do reservatório de Cabeça Avenida até Santa Bárbara, sendo que, desde então, a circulação de pessoas e automóveis encontra-se condicionada na rua da Cultura.
Em declarações à Inforpress, o proprietário de uma unidade hoteleira, situada nessa rua, António de Pina, salientou que a água é necessária na ilha Brava, mas realçou que o ritmo em que está sendo executado o trabalho é muito lento e mal-organizado.
“Penso que esta obra deve ser melhor organizada, uma vez que abriram a vala e já fecharam, no entanto, até agora não calcetaram os lugares onde foram colocados os tubos. A obra é de uma empresa privada, mas a câmara municipal deveria fiscalizar as obras, para que houvesse melhor controlo”, frisou.
Tó Demol, como é conhecido pelos bravenses, salientou ainda que já faz dias que o seu hotel está a ser prejudicado por poeiras de terras e não tem condições de receber clientes, caso estes, procuram o seu estabelecimento.
“A água é necessária, uma vez que temos muita carência de água nesta ilha, mas o que estou a reclamar é a forma como a obra está sendo coordenada. Eu também sou empreiteiro neste município e quando a minha equipa estiver a executar um trabalho, sofro muita pressão por parte da autarquia, sendo assim, porque que é que esta empresa privada não está a ser fiscalizada?”, questionou.
Já António Paiva, que também é morador nessa rua, partilha da mesma opinião sobre a importância da água, no entanto, considerou que a obra deveria estar melhor organizada.
“Temos conhecimento de que irão cavar desde a nossa rua até ao reservatório de água, em Santa Bárbara para colocarem o tubo, mas acho que na medida em que é colocado o tubo e a vala for fechado, o correcto era iniciar de imediato com o calcetamento e não deixar até que termine por completo a obra” sugeriu.
Nesta situação, afirmou que já faz meses que não consegue levar matérias de construção para a sua casa, sendo que o mesmo encontra-se em obras e a rua está condicionada a circulação de pessoas e automóveis.
“Claro que é uma obra necessária para um bem comum de toda a população, mas é fazer e consertar. Existem pessoas que já tinham pintado suas casas, no entanto com o excesso de terra que está sendo deixado para trás, está sujando as pinturas e depois não há quem se responsabilize”, finalizou.
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares reagiu explicando que a população deve entender a situação, sendo que não é um trabalho técnico e simples de executar, mas garantiu que a empresa está a fazer o máximo para minimizar os transtornos.
“já temos conhecimento das reclamações, principalmente das exigências dos calcetamentos de alguns troços que já estão com novas tubagens, mas o trabalho técnico exige que, assim seja, tendo em conta, que se tiver a necessidade de voltar a abrir alguns pontos de junção de tubagem, o procedimento seria cavar novamente.
Neste sentido, o edil salientou que é necessário fazer pelo menos 500 metros de conduta, e só depois fazer os primeiros testes de pressão de água, por isso, não começou o processo de calcetamento.
“Depois de termos ouvido as reclamações dos moradores, já fizemos uma visita ao local e podemos constatar que pode haver a circulação de carros e pessoas, sendo que, em alguns lugares identificados, há a necessidade de deixar alguns buracos em aberto”, frisou.
Sendo assim, Francisco Tavares apelou à compreensão dos moradores e da população bravenses, garantindo que a obra irá resolver um dos principais problemas do concelho, mas sublinhou que é normal as pessoas passarem por algum desconforto, por algum período e que depois o ganho será justificável.