MpD indignado com a gestão dos donativos aos habitantes de Chã das Caldeiras

Dec 9, 2015 - 10:39
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MpD indignado com a gestão dos donativos aos habitantes de Chã das Caldeiras

O deputado do MpD, Jorge Nogueira, está indignado com a gestão dos donativos à população de Chã das Caldeiras. Nogueira garante que o Executivo está preocupado apenas em receber os recursos. O MpD vai por isso "entregar à Procuradoria da Republica de São Filipe uma queixa porque alguém está a embolsar o dinheiro destinado aos deslocados".

“Um ano se passou desde o início da erupção e o Governo não cumpriu o que prometeu. Perdeu o controlo da situação, tem receio e não dá a cara. Segundo os números do Presidente do Gabinete de Reconstrução, não há dúvidas que alguém está a furtar o dinheiro das cestas básicas. Entre três a quatro mil contos estão a ser desviados todos os meses para os bolsos de alguém", declarou Jorge Nogueira à imprensa.

Só isso justifica, de acordo com este eleito nacional ventoinha, a oposição do Governo e do Gabinete de Reconstrução em entregar dinheiro, ao invés de cestas básicas, aos deslocados de Chã das Caldeiras. “Há uma acentuada diminuição, quantitativa e qualitativa, dos géneros distribuídos. Na última distribuição, uma família constituída por três pessoas recebeu géneros no valor de 5.105 escudos por quinzena, enquanto uma outra composta por nove indivíduos 14.356 escudos".

Somando, diz Jorge Nogueira, a família mais pequena recebeu entre 10 a 11 mil escudos num mês. Já a maior beneficiou de valores que oscilam entre 35 e 37 mil escudos. Valores que ficam muito aquem das declarações do Governo, que afirmou que o valor mínimo oferecido às famílias é de 30 mil escudos e o máximo de 72 mil escudos.

Muito grave também, considera, é o caso do contrato para a reparação das 110 casas dos deslocados, construídas em 1995. Segundo Jorge Nogueira, em Dezembro de 2014, o INGT, "por decisão do Governo", fez um estudo que indicava que a "recuperação dessas casas custaria 100 mil contos", ou seja, uma "média de 900 contos por casa".

“No entanto, o Governo contratou, sem concurso, duas empresas portuguesas, pagando 304 mil contos pelas obras. A justificação é que as casas serão ampliadas com a construção de mais quartos. Apesar do secretismo do Governo, cada quarto custará cerca de mil contos”.

Razão que leva Nogueira a questionar a transparência deste processo. Por isso, o MpD vai entregar à Procuradoria da Republica de S. Filipe "uma queixa contra os envolvidos nesse esquema fraudulento de subtrair géneros e dinheiros pertencentes aos deslocados de Chã”.