MpD recorda Carlos Veiga como “figura motriz” das reformas do Estado e pela determinação no combate à pobreza
O Movimento para Democracia (MpD, poder) rendeu hoje homenagem a Carlos Veiga, primeiro-ministro eleito na abertura do sufrágio universal de 13 de Janeiro de 1991, pela “visão política” a que posicionou o país no caminho do desenvolvimento.
“Que o legado de 13 de Janeiro inspire as futuras gerações à continuar a construir um Cabo Verde livre, justo e próspero com liberdade e democracia”, desejou, assinalando que a data simboliza o renascimento democrático e o dia em que o povo decidiu abrir um novo capítulo na história política.
Segundo o deputado Euclides Silva, Carlos Alberto de Carvalho Veiga, eleito em 1991 à frente do MpD, conduziu o País à vitória democrática alcançando “feito histórico” ao eleger 56 dos 79 deputados e escrever o seu nome como primeiro primeiro-ministro democraticamente eleito.
Conforme considerou, Carlos Veiga foi a “força motriz” por trás das reformas que reposicionaram Cabo Verde no caminho do desenvolvimento, do fortalecimento do turismo, das grandes obras e infraestruturas, da promoção do poder local autónomo e da valorização da diáspora.
A sua determinação em combater a pobreza e na criação de “oportunidades a todos os cabo-verdianos” lançou as bases, frisou, para o avanço e nível de desenvolvimento que o país alcançou hoje.
“Ao celebrar a liberdade e democracia, rendamos uma justa e merecida homenagem a Carlos Veiga e a todos que com coragem, visão e determinação abriram caminho para Cabo Verde que hoje conhecemos”, reiterou, recordando o patriotismo de Carlos Veiga e as lutas pacíficas pela implementação do Estado de direito democrático.
Disse que em tempos de ameaça à democracia e ascensão de movimentos antidemocráticos, é essencial recordar a figura de Carlos Veiga, garantindo que esses valores são respeitados e todos os cidadãos têm igualdade de participar activamente na vida política e social do País, “sem condicionalismos ou amarras”.
“Que o legado de 13 de Janeiro inspire as futuras gerações à continuar a construir um Cabo Verde livre, justo e próspero com liberdade e democracia”, desejou, assinalando que a data simboliza o renascimento democrático e o dia em que o povo decidiu abrir um novo capítulo na história política.
O presidente do grupo parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, considerou, por sua vez, que a data convida a uma reflexão de que as ideias estão a ser delegadas para outros planos.
A taxa de abstenção de 50% das últimas eleições autárquicas realizadas em Dezembro, comparativamente a 24,73% em 1991 demonstra, para a oposição, que os governos eleitos não estão a resolver o problema da população.
“Parece que as coisas não estão a ocorrer na linha do que foi projectado em 1991 quando se fez a abertura pública, os cabo verdianos se dirigiram às urnas e acreditaram que poderiam eleger Governos sintonizados com as preocupações dos cabo-verdianos”, declarou.
Os 175 mil cabo-verdianos que optaram “não por votar” nas eleições autárquicas de 2024 questiona “até que ponto” a democracia está a servir os cabo-verdianos, ressaltou o deputado.
Por seu turno, o deputado e presidente da União Cabo-verdiana Independete e Democrática (UCID, oposição), João Santo Luís, avançou que a declaração do MpD “desconsidera” tudo que aconteceu antes de 19 de Fevereiro, em que se deu a queda do artigo quatro da Constituição da República.
Na visão da bancada, os desafios que se impõe à democracia hoje “não têm nada a ver” com a década de 90, e o Cabo Verde deveria "pensar e projectar" o futuro “sem desmerecer o passado”.
Asemana