Museu Cabo-verdiano em Pawtucket celebra o sucesso e a história de um povo resiliente
O Museu Cabo-verdiano em Pawtucket tem atraído cada vez mais visitantes ao celebrar a cultura, a história e a resiliência dos imigrantes de Cabo Verde. O espaço conta com exposições históricas, aulas de Kriolu e eventos culturais. Em junho, estreia a mostra sobre a escravidão e conexões globais.

PAWTUCKET, RI – Três anos após mudar-se para o coração da cidade, o Museu Cabo-verdiano vem prosperando e se consolidando como um ponto central de cultura e memória para a comunidade, segundo o voluntário Carlos Spinola.
Durante uma visita recente ao espaço, Spinola contou ao The Breeze que estudantes de todas as idades, tanto cabo-verdianos quanto não cabo-verdianos, têm visitado o museu para aprender sobre a cultura, tradições e resiliência desse povo vibrante.
“Tenho muito orgulho de ser cabo-verdiano”, disse Spinola, destacando como favorito o acervo de documentos de imigração, que inclui registros de viagem, declarações de cidadania americana, pertences trazidos pelos imigrantes e fotografias em preto e branco.
Spinola ressalta que o museu é uma homenagem à coragem dos cabo-verdianos que imigraram em busca de uma vida melhor, sem nunca esquecerem suas raízes. “Cabo Verde era um país pobre, sem recursos. A única saída era emigrar. Este ano celebramos 50 anos de independência de Portugal”, afirmou.
Os primeiros cabo-verdianos chegaram aos EUA no final do século XIX, muitos como pescadores, e posteriormente como trabalhadores vindos da África. Eventos históricos, como o Baile da Cinderela em 1951 em Pawtucket, também fazem parte da rica narrativa da comunidade na cidade.
Fundado em 2000 por Denise Oliveira, falecida há dois anos, o museu agora ocupa um prédio próprio em 617 Prospect St., com mais espaço do que a antiga sede em East Providence. O local conta com dois andares, sendo o primeiro dedicado às exposições e uma biblioteca de pesquisa, e o segundo com sala de conferência, sala de aula e auditório para eventos.
Além das exposições permanentes sobre música, esportes, artefatos de naufrágios de 500 anos e fotografias históricas, o museu também oferece aulas de língua Kriolu e, a partir de 1º de junho até 4 de julho, estreia a mostra “História da Escravidão em Cabo Verde e a Conexão Global”, que promete atrair muitos visitantes.
Entre os destaques do acervo está o traje usado por Arthur Tavares, vocalista do grupo de R&B Tavares, na cerimônia do Grammy de 1979, quando venceram com o álbum da trilha sonora de “Saturday Night Fever”.
Spinola finaliza com um convite à comunidade: “Esse museu mostra quem somos e no que acreditamos. Todos são bem-vindos.”