Novo presidente da AN: Candidatura de Jorge Santos não reúne consenso
Pode estar comprometida a recente decisão da liderança de Ulisses Correia e Silva que designou Jorge Santos como candidato a Presidente da Assembleia Nacional. É que esta proposta está a provocar terremoto político no seio do MpD com vários dirigentes a reclamar que há outras figuras com melhor perfil e sentido de Estado para o posto em disputa. Citam os nomes de José Luís Livramento (ex-ministro da Educação e actual presidente da Mesa da DN do partido) e Rui Figueiredo Soares (antigo líder parlamentar e ministro de Saúde e dos Negócios Estrangeiros). O PAICV poderá também inviabilizar a nomeação de Jorge Santos, tal como o MpD chumbou em 2001 o nome de Felisberto Vieira para a função de 2º presidente da AN.
Conforme parlamentares do MpD, a situação é de tal ordem que há já um número superior a dez deputados eleitos que estão dispostos a dizer não à eleição de Jorge Santos na sessão constitutiva do próximo dia 20 de Abril. Tudo por considerarem que, «no seio dos 40 deputados eleitos, há individualidades com um perfil mais adequado para o cargo de presidente AN, com experiência, formação e sentido de Estado para os tempos de grandes exigências».
Uma das vozes críticas vai mais longe, ao afirmar que não se sabe como é que aparece o nome de Jorge Santos para o cargo, quando este nunca chegou a ser ventilado, ao contrário do que aconteceu com o José Luís Livramento e Rui Figueiredo Soares.
O PAICV está também reticente quanto à proposta de candidatura de Jorge Santos a presidência da Assembleia Nacional. É que é conhecida "a posição do PAICV deve-se ao mau comportamento e desempenho de Jorge Santos e pelos conteúdos de intervenções que tem feito na Assembleia Nacional". Ademais, vem à baila o chumbo de Felisberto Vieira pelo MpD - por questões muito menores -, e para um cargo de 2º Vice – Presidente da AN.
Diante de tudo isso, tudo aponta para o chumbo da candidatura de Jorge Santos na sessão constitutiva de 20 de Abril. « A não ser que o MpD procure e apresente na Assembleia Nacional uma solução mais consensual, e com outro rasgo de competências e responsabilidade nacionais. Isto ante os novos tempos de tamanhas imprevisibilidades e capacidades de respostas, exigíveis aos novos governantes do país», avança a fonte do asemanaonline, para quem a actual conjuntura económica desfavorável exige melhores escolhas para se reduzir os riscos de incerteza.