Núcleo de futsal quer manter viva a modalidade e realizar a Copa de Futsal da Brava

Este responsável fez estas declarações em entrevista à Inforpress, quando falava do torneio de futsal que está a decorrer na freguesia de Nossa Senhora do Monte, em homenagem a dois jovens que faleceram recentemente e que nutriam alguma paixão pelo desporto.

Segundo Reinaldo Ramos, este torneio que iniciou no sábado, dia 05, com a participação de oito equipas sénior masculino, quatro sénior feminino e quatro velhas glórias masculino, provenientes de quase todas as localidades da ilha, com a excepção de Furna por estar a decorrer um torneio na zona, foi organizado mais com o intuito social para o reconhecimento do tributo que estes dois jovens (Mike e Tchalé) tiveram no desporto na freguesia.

Entretanto, evidenciou que na Brava têm sido organizados vários torneios, mas somente na época das festas em algumas localidades e durante estes torneios, têm-se verificado um grande empenho dos jovens e de atletas que estão a dedicar-se a esta modalidade, embora, reforçou que esta modalidade é algo praticado no dia-a-dia mesmo, só que as pessoas normalmente a denominam por “seca” e é praticado sem cumprimento de regras.

Mas, destacou que o objectivo do núcleo é não deixar que essa modalidade volte ao fundo do poço novamente, reforçando que neste momento o foco é a participação da selecção feminina no Inter-ilhas Futsal Feminino 2023 a ser realizado na ilha da Boa Vista, para depois organizar ainda este ano uma Copa de Futsal da Brava.

Segundo Reinaldo Ramos, após o regresso da selecção feminina, a comissão de Futsal e alguns mentores do projecto da organização da copa pretendem-se reunir com a Câmara Municipal da Brava e outros parceiros para ver os meandros para a realização desta actividade.

Pois, realçou que com a realização dos torneios a nível das localidades a sociedade já mentalizou que é possível ter um projecto maior nesta modalidade e para dar resposta à demanda esta Copa de Futsal da Brava seria o ideal.

Questionado sobre as dificuldades, Reinaldo Ramos evidenciou que estas são várias, pois na ilha existem poucas instituições que apoiam iniciativas do tipo, mas também um outro problema que enfrentam é na parte dos atletas, pois há um número de atletas, mas a maioria são atletas do futebol de 11.

Na questão dos atletas, considerou que este é um constrangimento que vão enfrentar, justificando que no próximo ano, os atletas federados no futebol de 11 não podem jogar a nível nacional no futsal.

Para driblar esta situação, informou que a comissão de futsal tem vindo a mobilizar os atletas e a alertá-los de que no torneio somente vão participar os atletas que vão se comprometer com o futsal futuramente.

A mesma fonte diz estar ciente de que organizar esta copa não será fácil, mas reforça que com um ‘djunta-mon’ (união) é possível não só organizá-la, mas também fazer com que o futsal seja uma modalidade que possa vir a andar com os seus próprios pés na ilha e ter os atletas especificamente para ela.

No quesito das regras do futsal, Reinaldo Ramos enalteceu o contributo de dois dos militares que se encontravam na Brava, árbitros nacionais, sublinhando que estes deram “um grande contributo”, permitindo os árbitros locais ganhar mais experiências e mesmo os atletas têm tentando trabalhar na questão das regras durante os torneios realizados com melhorias visíveis no ‘fair play’.

A comissão de futsal foi criada em Fevereiro de 2019, com o intuito de trabalhar para a efectivação de uma associação e a reactivação da modalidade na ilha.