O desafio da cidadania e o tempo de espera no Navio Kriola, qual a real conexão?

No porto da Furna, uma cena de espera se desenrola a bordo do Navio Kriola, onde os passageiros aguardam a partida para São Filipe. Contudo, algo que poderia ser uma simples espera se transforma em um reflexo intrigante da nossa sociedade e da nossa compreensão da cidadania.

Oct 14, 2023 - 11:32
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O desafio da cidadania e o tempo de espera no Navio Kriola, qual a real conexão?

A partida estava marcada para às 14 horas, mas os passageiros já se encontram a bordo há mais de 50 minutos. O que torna a situação ainda mais intrigante é a falta de explicações para a espera e a demora. Ninguém parece se preocupar ou questionar a razão desse atraso. O que poderia explicar essa aparente tranquilidade e conformismo?

Pode-se argumentar que essa aparente falta de indignação perante um atraso injustificado seja sintomática de um déficit de cidadania. A cidadania não é apenas sobre direitos e deveres, mas também sobre uma participação activa na vida pública, a defesa dos interesses colectivos e a busca pela melhoria da sociedade em que vivemos. É sobre questionar, responsabilizar e exigir transparência e responsabilidade das instituições e autoridades.

Nesse contexto, a falta de questionamento por parte dos passageiros do Navio Kriola levanta questões sobre o estado da cidadania em nossa sociedade. A resignação diante de um atraso injustificado pode ser interpretada como um sintoma de apatia ou desinteresse cívico. Pode indicar que muitos cidadãos não se sentem empoderados o suficiente para questionar as autoridades ou que simplesmente se acostumaram com uma cultura de desrespeito aos horários e falta de responsabilidade.

É importante lembrar que a cidadania não se limita a questões políticas ou eleições. Ela se manifesta em todos os aspectos da vida cotidiana, incluindo situações como a descrita a bordo do Navio Kriola. Os cidadãos têm o direito e o dever de questionar, de buscar respostas, de exigir um tratamento digno e eficiente por parte das instituições e empresas que servem a sociedade.

Portanto, em vez de simplesmente aceitar a espera sem questionar, os passageiros do Navio Kriola poderiam aproveitar essa oportunidade para expressar seu descontentamento e seu desejo por um serviço mais eficiente. Não se trata de criar conflitos desnecessários, mas de lembrar a todos que a cidadania envolve o exercício activo de direitos e deveres em prol do bem comum.

Além disso, esse episódio no porto da Furna serve como um lembrete de que a cidadania não é algo garantido, mas sim conquistado e mantido por meio do engajamento cívico constante. Cabe a todos nós, como cidadãos, lembrar que somos agentes activos de mudança e que a nossa voz e acção são essenciais para moldar uma sociedade mais justa e responsável. A cidadania é um direito, mas também uma responsabilidade, e é fundamental para o funcionamento saudável de qualquer democracia.

PS: Este artigo foi produzido a partir do post no facebook do ex Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca. 

"No navio Kriola, no porto da Furna, à espera da partida para São Filipe. Os passageiros estão todos a bordo há mais de 50 minutos. A partida marcada para as 14 horas. Ninguém explica o que se passa, o que justifica a espera e a demora.
E parece que ninguém(ou quase) se incomoda com o facto. Tranquilidade e conformismo absolutos.
Déficit de cidadania?"