O "homem-aranha" maliano que salvou uma criança em França e agora é um herói

Mamoudou Gassama agiu "sem pensar". As imagens arrepiantes mostram uma criança pequena pendurada do lado de fora de uma varanda de um quarto andar e fazem temer o pior, mas, em segundos, um homem trepou o edifício e resgatou-a

May 28, 2018 - 15:23
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O "homem-aranha" maliano que salvou uma criança em França e agora é um herói

Mamoudou Gassama agiu "sem pensar". As imagens arrepiantes mostram uma criança pequena pendurada do lado de fora de uma varanda de um quarto andar e fazem temer o pior, mas, em segundos, um homem trepou o edifício e resgatou-a.

Foi recebido pessoalmente pelo Presidente francês, recebeu uma oferta de emprego nos bombeiros e a promessa da desejada nacionalidade francesa e chamam-lhe o "homem-aranha" do Mali, mas mais unânime ainda é o título de "herói".

Mamoudou Gassama, 22 anos, que chegou a França há poucos meses, sem documentos, escalou um prédio de apartamentos no norte de Paris, no sábado à tarde, depois de ver uma criança de quatro anos em perigo - pendurada no lado de fora do quarto andar, enquanto um homem, numa varanda ao lado, tenta agarrá-la.

"Felizmente, havia alguém fisicamente capaz e que tinha a coragem para ir salvar a criança", referiu um porta-voz dos bombeiros, que chegaram ao local quando o menor já estava a salvo.

Sobre as circunstâncias do incidente, que poderia ter terminado de forma trágica, sabe-se apenas ainda que a mãe da criança não estava em Paris nessa altura e que o pai não estava em casa no momento e que foi detido por ter deixado o filho sem supervisão. A criança foi entregue temporariamente a uma estrutura de acolhimento.

Aos jornalistas, Gassama explicou que agiu em pensar: "Vi muita gente prestes a chorar e ouvi as sirenes das viaturas. (...) Tive medo quando salvei a criança, mais tarde comecei a tremer, não conseguia suster-me nos meus pés e tive que me sentar." "Obrigado Deus, eu salvei-a", exclamou ainda o maliano.

O agora herói foi recebido por Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu, onde, além das ofertas de emprego e nacionalidade, lhe foi entregue um certificado de coragem e dedicação assinalado pelo chefe da polícia de Paris, Michel Delpuech.