O INGLÊS DO PRIMEIRO-MINISTRO E A CÍNICA HUMILDADE CRIOLA. WHO CARES ABOUT THE RESULTS?

Antes de mais, aos leitores peço racionalidade na interpretação e não emoção. Aos Políticos de Guerrilha de costume peço sinceridade e não politiquice. Assim, podemos contribuir para definir afinal o que queremos no nosso País: QUALIDADE, EXCELÊNCIA, PROFISSIONALISMO ou OUSADIA NEGATIVA vulgo ACTO DE CORAGEM.

May 14, 2018 - 17:14
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O INGLÊS DO PRIMEIRO-MINISTRO E A CÍNICA HUMILDADE CRIOLA. WHO CARES ABOUT THE RESULTS?

Antes de mais, aos leitores peço racionalidade na interpretação e não emoção. Aos Políticos de Guerrilha de costume peço sinceridade e não politiquice. Assim, podemos contribuir para definir afinal o que queremos no nosso País: QUALIDADE, EXCELÊNCIA, PROFISSIONALISMO ou OUSADIA NEGATIVA vulgo ACTO DE CORAGEM.

Os especialistas determinaram que para a comunicação entre as pessoas, frente-a-frente seja considerada de sucesso é influenciada em: (55%) pela Linguagem Corporal ou Não-verbal (gestos, postura, sorriso ou sem expressão, presença enérgica ou apática etc.), (38%)pelo Tom de Voz ou Vocal (volume alto ou baixo, claro ou abafado etc.) e (7%) pela linguagem Verbal (somente as palavras). A comunicação é fundamental, ainda mais quando o objectivo é atrair Investimento Directo Estrangeiro.

Todos rimos do Sr. Casimiro Teixeira porque, indirectamente, muitos acharam que era/é sua obrigação falar o mínimo de Português. E da sua Excelência, o Sr. Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, consideram um ACTO DE CORAGEM. A OUSADIA significa também “falta de prudência; realizada sem reflexão”.

Entendo que, mesmo em 2018, numa era de acesso fácil a formação grátis online, muitas pessoas em Cabo Verde não domine minimamente o Inglês. Quer por falta de oportunidade e acesso, condições económico-financeira, falta de interesse e outras por razões diversas, possam sentir tocadas e estão a colocar-se na pele do nosso Primeiro-ministro. Da mesma forma que puseram, quando no debate, a Janira Hoppfer Almada dissera - o, desnecessariamente, para ir aprender a falar corretamente o Português. A maioria dos Cidadãos/Eleitores, foram emotivamente solidários com Ulisses Correia e Silva nesse dia.

A solidariedade é importante mesmo quando descabida do racional. Mas, a racionalidade também é importante.

O erro nunca é um problema. Aprende-se com o erro. É o não aceitar do erro; directamente não aceitará a correção, que está a falta da virtude. Quem não aceita o corrigir do erro, vai errar toda a vida. O aceitar do erro pode-se chamar de humildade. Aliás, um dos grandes problemas em Cabo Verde é a forma como tratamos o conceito de humildade. Por isso, vou abrir um parêntese para definir um pedaço desse conceito da Humildade da Elite Política Crioula:

1. Os Políticos, Diretores etc., Caboverdeanos quando visitam Portugal (ou qualquer Pais Ocidental) andam de Táxi, Autocarro, Metro, Uber etc, mas frequentam os mais Luxuosos Hotéis. Dizem-se humildes. Em Cabo Verde exigem humildemente Prado, Motoristas, Saldos Telefónicos, Água e Eletricidade, internet etc., tudo pago com erário publico;

2. São as mesmas humildes pessoas que estão a dizer-vos, que saber o Inglês não é importante, mas sim a ignorante Ousadia ou acto de coragem , que recusam inscrever os seus filhos nas Escolas Pública do Pais. São os mesmos políticos, Vereador da CMP etc, que deviam defender e procurar dar as Escolas Públicas melhores condições que têm os seus filhos a frequentarem as Escolas Privadas L’Élysée, Escola Portuguesa, etc., onde o ensino da Língua Inglesa é a base, e ao Povinho pedem Ousadia de Ulisses Correia e Silva aos Vossos filhos nas Escolas Públicas.]

No dia que quiserem ir pedir um financiamento, apresentar uma ideia ou um Produto, a um estrangeiro, tentem fazer a mesma apresentação que fez o nosso Primeiro-ministro, depois esperem por um resultado diferente. Tentem apresentar na Universidade o vosso Trabalho nesse Ingrês ou num Criouloguês a lá Casimiro Teixeira e esperem pelo Certificado de Excelência.

Não podemos exigir que para se aceder a “qualquer cargo na Função pública” como requisito, um Inglês de Nível 5 e depois aceitar o Ingrês de Nível 0 do Chefe da Função Pública. Exigem aos outros o que não exigem a eles: é a inversão de um dos conceitos da Inteligência Emocional: pôr-se na “pele dos outros”.

Se não se pode pedir Excelência ao Primeiro-ministro nas suas funções, a quem devemos pedir Excelência na Administração Pública?

A qualidade de gestão de recursos humanos,m no que toca, em particular, á avaliação do desempenho é baixíssima, precisamente porque enaltecemos e fomentamos a baixa qualidade. Defender a apresentação e prestação do Primeiro-ministro como OUSADIA ou Acto de Coragem, é o continuar da cultura avaliativa que fomos e somos formatados a acreditar: “corri mo na cabeça” e “ desenrasca”, é a solução.

O nosso Primeiro-ministro tem um Curso Superior, está na Política há mais de 40 anos, tem capacidade económica, financeira e de aprendizagem. Portanto se quiser/quisesse frequentava aulas de Inglês, do melhor que há no Mercado Local ou Global. Portanto, nunca lhe interessou ser Global, linguisticamente.

Não há nada que possa justificar que em 2018 o nosso PM, que gosta de falar que temos que ser Global, não domine o mínimo da língua Universal.

O Ulisses Correia e Silva mostrou falta de profissionalismo, e isso, deveu-se principalmente ao deslumbramento, o efeito show off e projecção pessoal, que tem sido a arma de Comunicação da maioria dos membros desse executivo.  Dá-se o valor apenas ao "Output"e nunca ao "Outcome”.

O que está em causa não é o sotaque. A prestação do nosso PM foi horrível: a apresentação, a linguagem, as palavras, a informação, os verbos, as frases etc.

Se o objectivo era atrair essas pessoas a conhecer o País, através desse monólogo em Ingrês, ficou aquém do resultado. Não houve comunicação, muito menos transmissão da mensagem do Primeiro-ministro. O constrangimento nos rostos da plateia é evidente. O que salvou o nosso Primeiro-ministro da gargalhada geral, é estarem pessoas civilizadas à mesa.

Num espaço formalíssimo e de excelência como esse Fórum, exigia-se profissionalismo e perfeccionismo na comunicação.  Não ponham só na pele do Primeiro-ministro, façam um esforço racional e ponham-se na Pele das Pessoas que estiveram na Plateia, que nunca ouviram falar de Cabo Verde. Ou ponham-se na pele de um Professor a ouvir a apresentação de um trabalho, nesse Ingrês, de um Aluno que até podia chamar-se Ulisses.

OUSADIA SEM EXIGÊNCIA E PROFISSIONALISMO, É IGNORANCIA.

Somos humildemente “Gressives Pah".