Desde cedo, Nho Mundinho mostrou uma paixão intensa por seu ofício. Não se contentava apenas em tocar os tambores, mas também em confeccioná-los meticulosamente, preparando as peles com cuidado e paciência, um trabalho árduo que ele realizava com alegria. Para ele, ver seus netos aprendendo esse mesmo legado era a maior alegria, pois desejava ardentemente que as tradições fossem não apenas mantidas, mas vividas plenamente por gerações futuras.
Como pai e avô exemplar, Nho Mundinho não apenas ensinou habilidades práticas, mas também valores profundos de respeito e dedicação à sua comunidade. Mesmo com recursos limitados, incentivava seus familiares a buscar o conhecimento e contribuir para o desenvolvimento da ilha Brava, sempre com um olhar voltado para o fortalecimento da identidade cultural local.
Nos dias festivos, especialmente durante o São João, Nho Mundinho era a figura central, liderando os tamboreiros com sua sabedoria e habilidade incomparáveis. Mesmo em idade avançada, ele não deixava de participar ativamente, guiando comandos e garantindo que a tradição fosse honrada em cada batida dos tambores.
Hoje, no dia do padroeiro da ilha, São João, lembramos com saudade e reverência a vida de Nho Mundinho. Sua história e legado continuarão a inspirar e ser recordados por muitas gerações como o mestre dos tamboreiros, o homem que dedicou sua vida em prol das tradições e da rica cultura da ilha Brava. Clarimundo, ou simplesmente Nho Mundinho, vive eternamente nos corações daqueles que valorizam a herança cultural e o amor pela sua terra.
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