O Sistema Nacional de Saúde (SNS) de Cabo Verde enfrenta um risco iminente de colapso se não houver investimentos significativos por parte do Governo. A falta de pessoal, materiais e a sobrecarga de demandas são desafios críticos que o setor enfrenta atualmente.
Este alerta foi dado nesta terça-feira, 23 de julho, pelo Dr. Tito Rodrigues, médico e membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), durante uma conferência de imprensa na cidade da Praia. Na ocasião, Luis Lima Fortes, secretário nacional do Sintap, representando sete sindicatos do setor, anunciou uma greve nacional programada para ocorrer de 31 de julho a 3 de agosto.
Dr. Rodrigues pintou um quadro alarmante, descrevendo o estado atual do SNS como “extremamente sombrio”. Ele ressaltou que sem a contratação de pessoal suficiente e a valorização dos profissionais existentes, o colapso do sistema é inevitável. "Estamos a ver um desinvestimento do Governo, que precisa ser revertido urgentemente para evitar um colapso total", advertiu Rodrigues.
Ele destacou a necessidade urgente de mais enfermeiros, médicos e técnicos em várias especialidades como análise e radiologia. Apesar da disponibilidade limitada de médicos no mercado, o Governo não tem realizado recrutamentos nos últimos meses, agravando ainda mais a situação.
Luis Lima Fortes reiterou que a greve tem como objetivo pressionar o Governo a cumprir o acordo previamente assinado. As principais demandas incluem a aprovação do Plano de Funções e Remunerações (PCFR) da carreira médica e a sua regulamentação, além do plano da carreira de enfermagem e do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP).
Fortes também destacou a necessidade de negociar o nível de enquadramento funcional dos médicos e enfermeiros, bem como o recrutamento de médicos recém-formados para aliviar a sobrecarga nos serviços de saúde.
Até o momento, a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, e a assessoria do Ministério não responderam aos pedidos de comentário sobre a situação.
O risco de colapso do SNS de Cabo Verde é uma realidade que exige ação imediata por parte do Governo. Sem investimentos e uma resposta eficaz às demandas dos profissionais de saúde, o futuro do sistema de saúde do país permanece incerto.
