PAICV diz que Governo do MpD fracassou “claramente” na sua política de transportes
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição) considerou hoje que o actual Governo fracassou “claramente” na sua política de transportes e que deve ter a humildade de o assumir.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição) considerou hoje que o actual Governo fracassou “claramente” na sua política de transportes e que deve ter a humildade de o assumir.
Esta posição foi manifestada pela deputada do PAICV, Ana Paula Moeda, enquanto fazia a declaração política do seu partido na manhã de hoje durante os trabalhos da primeira sessão plenária de Junho.
Ana Paula Moeda começou por dizer que a infraestruturação foi uma das grandes apostas ganhas durante o mandato do PAICV e com “resultados visíveis” em todas as ilhas.
Por isso, defendeu que, após 2016, era preciso dar continuidade ao ritmo encontrado, mas “diminuiu à vista de todos”.
Em 2003, prosseguiu afirmado a parlamentar que foram liberalizados os transportes urbanos e interurbanos.
“Hoje temos acima de dois mil táxis em Cabo Verde, aumento significativo do número de ‘hiaces’, hilux, carrinhas e camiões, estes últimos para transporte de mercadorias e outros materiais”, acrescentou Ana Paula Moeda, afirmando que esta é “prova inequívoca dum sector que soube fazer a sua leitura e o mercado foi reagindo e fluindo sem sobressaltos”.
Mas apesar do sinal dado pelo sector, através dos seus agentes, proprietários, operadores e trabalhadores, afirmou, “nem tudo está sobre rodas”.
Isto porque, fez saber Ana Paula Moeda que se instalou “um clima de desconfiança e desconforto” no sector dos transportes rodoviários e que “existe uma forte pressão sobre os operadores do sector e seus trabalhadores, todos completamente insatisfeitos e com problemas sem precedentes”.
A deputada falou em “medidas impulsivas, impostas e inviáveis” que, no seu ponto de vista, constituem “uma pressão permanente aos operadores” e “atacam o sector negativamente e compulsivamente de todos os lados”.
“Procurações que sempre foram considerados documentos válidos, perdem de repente eficácia legal e, em consequência, foram canceladas 119 licenças devido às procurações não aceites”, exemplificou Ana Paula Moeda, citando também “outras medidas a descompasso com decretos leis já aprovados e em vigor para o sector”.
A deputada frisou ainda “uma enorme pressão fiscal” e “taxas em tudo”. Aliás, acrescentou que “tudo passou a ser cobrado desenfreadamente, com aumento de custos de fretes para circulação de passageiros”.
“Trinta mil escudos anuais para impostos”, criticou Ana Paula Moeda, completando que para uma “simples” licença de táxis passou a haver burocracias tantas e que de 13 mil escudos, passaram a exigir 24.900 escudos sem pré-aviso. O dobro, praticamente”, disse.
Os proprietários dos ‘hiaces’ e seus colaboradores têm vivido, no ponto de vista de Ana Paula Moeda, “momentos muito amargos, de dor, de sacrifício”, porque, de repente, são também confrontados com novos métodos de organização destes transportes, sem a devida socialização e aprovação dos mesmos.
Como resultado “assiste-se a um caos, como por exemplo filas de ‘hiaces’ durante o dia e noite até de madrugada, trabalhadores dormindo dentro dos carros, longe das suas famílias para garantirem uma saída com passageiros o quanto antes pela manhã e apenas com lotação esgotadas”.
“Por todo o lado cobrança de senhas à saída dos terminais… tudo a pagar”, prosseguiu a deputada indicando “um rol de reclamações”, de Santo Antão a Brava, por causa de “soluções inviáveis”.
O PAICV questionou ainda “atitudes e decisões impostas e sem diálogo” e disse acreditar que “quando as coisas falham, os processos devem ser revistos, corrigidos, simplificados ou redesenhados”.
Para Ana Paula Moeda, precisa-se de mais pontes de diálogo, menos pressões às classes e aos seus operadores, pois essa atitude asfixia o sector; pedimos sim, mais pontes e menos muros.
“O MpD fracassou claramente na sua política de transportes e deve ter a humildade de o assumir”, finalizou.
GSF/CP
Inforpress/Fim