PAICV e a Dinamica da Vitória
A construção dos alicerces para um Cabo Verde sólido e próspero como a de hoje, foram iniciadas em 1975, quando eramos considerados pelos mais pessimistas como um país inviável. De um país desacreditado passamos a ser uma nação de desenvolvimento médio, onde os protagonistas de trinta dos quarenta anos de Cabo Verde livre e independente são os mesmos, que vêm escrevendo a ouro, a nossa curta mas rica história.
Os cabo-verdianos reconhecem e enaltecem os feitos do PAICV, desde a luta para independência nacional até aos dias de hoje. A dinâmica imprimida no desenvolvimento e progresso deste pequeno torrão de apenas 4.033 km2, encravada no oceano Atlântico junto à costa ocidental africana, mais precisamente à 550 milha de Senegal é orgulho de todos nós. Quer queiramos quer não, Cabo Verde é hoje uma referência na nossa sub-região e quiçá em todo o nosso continente e porque não neste mundo global.
O povo das ilhas confia no partido de Cabral, por lhes transmitir confiança num futuro risonho, onde cada cabo-verdiano terá direito a sua gota de água. Eles sabem que o partido de “Strela Negra” faz de tudo para que o desenvolvimento de Cabo Verde seja sustentado em bases fortes, capaz de suportar os solavancos desde mundo globalizado como a crise que vem assolando o mundo nos últimos anos. O governo do PAICV vem apostando numa economia sustentada e forte o tamarineiro, ki ta nderi ma ka ta kai.
O destino do PAICV é fazer de Cabo Verde um país que ensoberbece a todos os cabo-verdianos e um destino onde toda a gente gostaria de estar um dia, pela morabeza das suas gentes, pela beleza paisagística ou pelo seu clima e tranquilidade. O destino do PAICV é reparar os cataclismos causados pelas intempéries ainda que sazonal dos aventureiros. Foi assim quando recebemos um país depauperado dos colonialistas portugueses que tivemos de começar do zero em 1975. Continuou assim quando os mpedistas nos devolveram um país na bancarrota e desacreditado no ano 2000, apos dez anos de uma desastrosa governação.
Para fugir a esse agoiro, penso que o Senhor Presidente da República ao marcar o mês de Março para realização das eleições legislativas ainda que de forma instintiva, foi inspirado por algo celestial. Embora não se deve acreditar em coincidências, a escolha deste mês que simboliza a mulher no seu todo e que destaca a mulher cabo-verdiana é uma iluminação divina aos cabo-verdianos para escolherem a Janira Hopffer Almada como futura Primeiro-ministra, uma mulher de garra, de convicções fortes. A primeira e única mulher, até ao momento, com coragem de desafiar uma sociedade ainda com algum estigma machista e apresentar-se a este pleito eleitoral. Para mim e como para a maioria dos cabo-verdianos penso que este sinal dado pela escolha do mês da mulher cabo-verdiana é um sinal claro que ela será a escolhida.
Sem falsa modéstia, estou em crer que se pormos de parte a questão do género e fazermos uma análise desapaixonada e sem clubite partidária, Janira é a mais capaz, de entre os candidatos, de continuar a consolidar os ganhos conseguidos e trilhar os caminhos do sucesso que Cabo Verde vem cobiçando.
Basta compararmos o desempenho do Dr. Ulisses Correia e Silva enquanto ministro das Finanças da governação ventoinha, do Eng.º António Monteiro enquanto vereador da Câmara Municipal de S. Vicente com a de Janira Hpffer Almada à frente do ministério da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos para termos respostas claras e cristalinas de quem é o melhor. Aliás, estudos de opinião reais e não inventados, feitos por empresas verdadeiras e reconhecidas têm confirmado isso. Facto reconhecido pelo próprio Correia e Silva na sua última entrevista ao A Nação, ao desvalorizar os resultados das sondagens, por sentirem no terreno que o povo está com eles.
Infelizmente que desde de 2001 que o sentimento dito experimentado nos contactos com o eleitorado, não traduz nas urnas o que o povo realmente deseja. Creio que os rabentolas têm falhado neste disgnóstico, por serem grandes ilusionistas. Enquanto o movimento ventoinha não mudar de diapasão e deixar de pensar em ter o poder pelo poder não chegará a nenhum lado. É preciso deixar de pensar nos interesses de uma parte e passar a pensar no coletivo, num todo. O MpD deve-se inspirar no PAICV e pensar nos cabo-verdianos. O PAICV trabalha de forma séria com o propósito de realizar o bem comum e por causa disso o sucesso, a glória, o triunfo fazem parte do nosso ADN. Foi assim por altura da luta de libertação nacional, tem sido assim na construção e desenvolvimento do país e continua a ser assim na consolidação da nossa democracia.
Contrariamente ao protagonismo do PAICV em toda a história de Cabo Verde, como a luta de libertação, a independência nacional, a abertura política, a construção da democracia, entre outros, o MpD não obstante encontrar a papinha quase toda feita, para um grande desempenho, o seu registo neste pequeno capítulo da nossa história é frustrante, tenebroso e de grande desilusão. Apesar de encontrar terreno fértil para a construção de uma democracia forte, optaram por uma salada de democracia com tiques salazarista e nazista. Todos se lembram das atrocidades cometidas contra aqueles que eram tidos como hostis ao movimento ventoinha! O Deputado Roberto Fernandes deve sentir ainda as chibatadas democráticas recebidas na rampa de S. Januário por colar cartazes! Os sindicalistas e jornalistas devem ainda recordar o calvário porque passaram nas prisões em Achada de Santo António pelo pecado de participarem em manifestações cívicas e ordeiras! O diplomata Zeca Duarte deve ainda sentir a humilhação que passou na cadeia de Ribeirinha em S. Vicente! Os camponenses de Santa Cruz recordam ainda da estória de exportação de bananas biológica e da fábrica de charcutaria, etc. etc para não falar de favoritismos dispensados a tios e empresários afetos aos rabentolas. Para isso basta lembrar a história do navio do cimento e a liberalização do açúcar depois do tio Carlos Albertino Veiga perder o direito de importar através de um concurso público.
Porém, apesar destes contratempos, ganhamos a democracia e hoje ela é cada vez mais sólida. Mas, para cimentarmos essas vitórias é preciso precavermos, pois corremos o risco de deitar tudo a perder e por em causa o próprio país. Basta recordarmos que o Dr. Correia e Silva, foi o responsável pelo descalabro das nossas finanças públicas na década de noventa, o período negro da nossa democracia e do nosso país, onde não se cumpria nada, nem sequer havia contas. É preciso uma reflexão profunda e ver se queremos voltar ao tempo em que os professores não recebiam salários, os estudantes não recebiam bolsas de estudo, as embaixadas não recebiam verbas de manutenção, as dívidas internacionais não eram respeitadas e mais, e mais! E para os rabentolas tudo é possível, como nos tinham alertado em campanhas anteriores, quem faz, fará. Portanto todo o cuidado é pouco. Por todos esses episódios escabrosos questiono-me se é possível confiar a este individuo que não conseguiu administrar um simples ministério, a governação de um país?
Compatriotas, tudo isso está nas nossas mãos. O povo é soberano e sabe o que é melhor para Cabo Verde. Os cabo-verdianos sempre souberam diferenciar o joio do trigo e não será desta vez que vai falhar.
Estou em crer, que se a vossa fome dos mpedistas pelo poder é assim tanta, parsem mes ta moré d’ fome unton” porque tudo aquilo que já foi conquistado com suor de todos os cabo-verdianos não o vamos entregar ao desbarato.
Carlos Tavares