PAICV quer conhecer as causas das sucessivas derrotas nas eleições autárquicas em Cabo Verde

A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse hoje que a meta do seu partido para as autárquicas de 2020 é trabalhar para fortalecer a posição do partido e voltar a merecer a confiança dos cabo-verdianos.

Sep 30, 2018 - 14:17
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PAICV quer conhecer as causas das sucessivas derrotas nas eleições autárquicas em Cabo Verde

A presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse hoje que a meta do seu partido para as autárquicas de 2020 é trabalhar para fortalecer a posição do partido e voltar a merecer a confiança dos cabo-verdianos.

Janira Hopffer Almada, que falava aos jornalistas no início do II Congresso Autárquico, a decorrer na Cidade da Praia, e realizado num contexto em que partido lidera apenas duas das 22 autarquias, disse que primeiro é preciso reflectir para saber porquê é que o PAICV nunca venceu umas eleições autárquicas em Cabo Verde.

“E verdade que se diga que, não obstante estivermos 15 anos no governo central, o PAICV nunca ganhou umas eleições autárquicas. É preciso reflectir, conhecer as razões deste resultado, sobretudo, numa perspectiva construtiva”, disse.

Janira Hopffer Almada deixou uma série de questionamentos que quer ver analisada durante esse II congresso autárquico e afirma que é preciso conhecer as respostas para que o partido possa trabalhar para mitigar as causas do insucesso e responder, de forma satisfatória, às expectativas dos cidadãos a nível dos municípios.

“Temos de saber o porquê. Será que o PAICV priorizou devidamente as eleições autárquicas? Será que houve uma verdadeira e atempada preparação? porquê é que o eleitorado a nível local não tem dado ao PAICV a maioria da sua confiança?”, questionou.

“Se nós não entendermos as razões destes insucessos nós não poderemos trabalhar para as mitigar e, sobretudo, para responder de forma satisfatórias expectativas dos cidadãos dos eleitores a nível dos municípios”, reiterou.

Para já, indicou que o PAICV defende um poder local forte, o reforço do municipalismo e da democracia local, mas numa perspectiva de uma boa governação, isto é, com uma governação com ética, com transparência e rigor e uma tutela administrativa definida num “quadro claro” para evitar aproveitamentos políticos.

“Portanto, estaremos nesses três dias a debater temas relevantes que nos permitam fortalecer a nossa actuação a nível da oposição local, mas também a construção das perspectivas para o futuro, para voltarmos a merecer a confiança dos cabo-verdianos”, sustentou.

Nas últimas eleições autárquicas, realizada 04 de Setembro de 2016, o PAICV viveu a maior derrota de sempre, conquistando apenas duas das 22 câmaras municipais, designadamente Mosteiros, na ilha do Fogo, e Santa Cruz, em Santiago. Perdeu São Filipe e Santa Catarina, no Fogo, Porto Novo, em Santo Antão, São Lourenço dos Órgãos e São Salvador do Mundo, em Santiago e Ribeira Brava, em São Nicolau.

O II congresso autárquico, que acontece seis anos após à realização do primeiro, tem a duração de três dias e dele deverá sair orientações para melhorar a posição do PAICV no cenário autárquico.