Pedro Fernandes «Nhô Lan» um atleta bravense que deu o seu contributo em diversas modalidades desportivas
Pedro Herculano Cardoso Fernandes é o nome com o qual foi registado e baptizado, mas para todos na ilha Brava e os colegas de campo é conhecido por Nhô Lan, um homem destacado no futebol cabo-verdiano.
Pedro Herculano Cardoso Fernandes é o nome com o qual foi registado e baptizado, mas para todos na ilha Brava e os colegas de campo é conhecido por Nhô Lan, um homem destacado no futebol cabo-verdiano.
Hoje com 60 anos, Nhô Lan, que se destacou no futebol cabo-verdiano, tendo jogado vários anos na ilha Brava, e depois, para abrir os horizontes e desfrutar mais do dom que a vida lhe deu, partiu para a ilha vizinha do Fogo, onde jogou em outras equipas.
“Tive bons resultados no futebol, na equipa do Nô Pintcha, joguei também no Morabeza, na Brava e no Vulcânico e Juventude na ilha do Fogo”, enumerou Nhô Lan, salientando que começou a jogar profissionalmente, desde 1976, como defesa central, mas a sua contribuição no desporto iniciou desde os 15 anos, contando assim mais de 40 anos no desporto.
Além do futebol, o mesmo praticava algumas modalidades de salão, como o futebolinho, voleibol e andebol, mas entre risos, assumiu também que de basquetebol “nada entende”.
Para Nhô Lan, estas são recordações “inesquecíveis”, porque agora “tudo mudou”. O futebol agora é à base de dinheiro, mas na altura faziam-no por amor e paixão, coisa que nos dias de hoje “não existe mais”.
“Agora os jogadores não possuem amor à camisola, enveredam por caminhos de vícios e más práticas, o que lhes impede de darem bons resultados. Têm todas as regalias, mas sem bom comportamento”, lamentou o ex-atleta.
Nhô Lan dedicou 16 anos da sua vida ao futebol e contou que na época, tudo era levado com “seriedade”, pois, o tempo era dividido entre trabalho diário, treinos, jogos e descansos em casa, porque, “quem jogou na época, não pensava em outras distracções, vícios, ou males sociais”.
Recordou que disputou vários nacionais, nas diferentes equipas em que jogou, relembrando que na primeira taça de Cabo Verde realizada em 1982, jogou na equipa do Morabeza da Brava, que perdeu frente ao Mindelense por 1-0.
Neste momento, ele está acamado, devido há várias doenças, mas recordar os tempos antigos, com os amigos, jogar uril, cartas e outros jogos de mesa, lhe dão força para enfrentar as adversidades da vida, pois, como referiu, o desporto “está no sangue” e vai jogar até quando puder.
João Baptista, também ex-jogador de futebol, recordou que conheceu o Nhô Lan em 1978, através do futebol, na época, Nho Lan pertencia a equipa do Nô Pintcha e João Batista na equipa da Académica.
E em 1982, os melhores jogadores das equipas existentes na altura criaram a equipa do Morabeza, que foi participar no final da Taça de Cabo Verde, época em que acabaram por estreitar as relações.
Para este colega/adversário de campo, Nhô Lan era visto pelos colegas como um “excelente” capitão, pois, nesta função, “jogava e colocava todos os colegas a jogarem para a equipa vencer”.
Para os atletas actuais, Nhô Lan pede que “deixem a vida do álcool e os outros males para que pratiquem o desporto com seriedade”.
MC/ZS
Inforpress/Fim