Pequena escritora e activista de ascendência cabo-verdiana sente-se honrada com visita ao PR
A pequena escritora e activista de ascendência cabo-verdiana, radicada em Inglaterra, Lauryn Rose foi hoje recebida pelo Presidente da República, José Maria Neves, na companhia da mãe, sentindo-se honrada com a visita à tão “importante” figura.
“Como criança, também cabo-verdiana, foi uma honra para mim poder conhecer o senhor Presidente da República, pessoalmente, uma figura muito importante no País”, enfatizou, destacando desta conversa a questão da cultura e herança cabo-verdiana.
A escritora de palmo e meio que vem acompanhada da mãe, Cristina Cabral, cabo-verdiana, radicada no Reino Unido, conta que se despertou pela literatura durante um curso que frequentou, e por também não ter acesso a livros ou histórias de pessoas ou crianças de raça negra.
“Então com este livro quero dar o meu contributo na educação das pessoas sobre crianças de descendência africana. A leitura me inspira. Quando escrevo me sinto na pele dos personagens, o que me ajuda a expressar as minhas emoções”, comentou, desafiando as crianças a deixarem a sua imaginação correr à solta.
Segundo explicou a mãe, Lauryn encontra-se em Cabo Verde a convite do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas para fazer o lançamento deste seu livro, no dia 12 no Palácio da Cultura Ildo Lobo, tendo manifestado interesse em conhecer o Presidente da República, cujo desejo foi acarinhado por José Maria Neves.
“Estar aqui em Cabo Verde é vir ao encontro das nossas raízes, e por um motivo muito especial, que é o de partilhar o livro que ela escreveu. Acho que estamos aqui numa missão, porque Lauryn é uma activista e ela quer fazer doação do seu livro a crianças que não podem comprar nas livrarias”, conta orgulhosa da filha que, conforme salientou, homenageia todas as mães solteiras com a sua história.
Conforme uma nota da Presidência da República, a obra, intitulada “Lauryn, that's Me: The Journey of a Powerful African Girl” conta a história de Lauryn, uma menina de 9 anos de Londres, criada por uma mãe solteira, que se orgulha das suas raízes africanas portuguesas e partilha a sua jornada de coragem, esperança, representação negra e amor-próprio bem como o sonho de viver num mundo onde todos são tratados de forma igual.
Este seu primeiro livro, ainda segundo a mesma fonte, encontra-se disponível em “grandes livrarias” em Londres e em conceituadas plataformas digitais em quatro línguas, inglês, português, espanhol e francês.
A pequena escritora, que está neste momento a terminar o seu segundo livro, dedicado a receitas culinárias, com recurso à Inteligência Artificial, deseja também ver os seus livros traduzidos em crioulo.