Todavia, apelo aos que melhor destas lides entendem, o necessário esclarecimento para que esta pobre mente de ilhéu possa compreender os complexos corredores por onde circulam as encomendas postais, uma vez que:
- uma pessoa amiga, emigrante na distante América, num gesto já habitual de mais de uma década, endereçou-me um presente natalício, cuidando do seu envio a "tempo e horas" - com mais de duas semanas de antecedência, de tal sorte que a sua recepção acontecesse qual Pai Natal descendo pela chaminé anunciando a Boa Nova;
- o mesmo remetente entendeu, posteriormente, dever visitar os familiares, nesta mesma quadra e tendo chegado, a estes "dez grãozinho di terra", por aqui passou cerca de três semanas, tendo regressado as frias "terras do tio Sam", nos primeiros dias deste ano;
- mas, do presente do Pai Natal, até hoje, decorrido mais de um mês sobre o seu envio, sabendo-se estar desde os primeiros dias de Janeiro, em Cabo Verde, nem "fumo nem mandado" como se as 60 milhas que separam Santiago e Djarfogo, fossem mais intransponíveis que as milhares pelas quais viajou o meu pacote natalício que, ao que parece, nem pacote de aniversário (no dia 25), será...
Nem no tempo do celebre capitão "Aniba" e dos míticos faluchos "Santiago" e "Perola do Oceano", este tão perto se fez tão longe...