Polémica/Estado da Nação: Orlando Dias pede MpD original e reformas do Estado com mais saúde e educação
O deputado Orlando Dias fez agitar a bancada do MpD durante o debate parlamentar desta quarta-feira sobre o estado da nação ao propor medidas para mais saúde e educação e menos gastos na administração pública, ao mesmo tempo que exigiu o retorno do MpD original de 1990 com liberdade de expresão que tinha Carlos Veiga na liderança e reformas do estado, com destaque para a delimitação do mandato do primeiro-ministro. O líder da bancada ventoinha, Paulo Veiga, demarcou-se da posição de Orlando Dias e solidarizou-se com o governo chefiado por Ulisses Correia e Silva. Houve até quem pediu a cabeça de Dias, mas este desafiou que vai continuar como deputado em representação do povo que o elegeu, exprimindo livremente a sua opinião.
A intervenção de Orlando Dias agitou por algum momento o parlamento durante o debate sobre o estado da nação. Com foco nos sectores de saúde e da educação, ele voltou a pedir a redução de despesas no funcionamento do Estado e mais justiça salarial entre as diferentes categorias profissionais – exemplificou o fosso existente entre o salário mínimo na administração pública e o máximo que se atribui aos presidentes de Conselho da Administração das Empresas e dos institutos públicos. Defendeu mais investimentos na saúde, pelo menos 12% do orçamento do estado. Prometeu, no entanto, como técnico da área, solidariedade e colaboração no que for necessário e possível à atual titular da pasta, Filomena Gonçalves.
O parlamentar ventoinha propôs ainda reformas do Estado, defendendo a redução de mandato do primeiro-ministro para apenas dos mandatos consecutivos (10 anos) e eleição dos membros do Tribunal de Contas e do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público na Assembleia Nacional. Tudo, segundo ele, com vista a conferir mais dignidade e independência destas instituições do governo central.
A nível do partido, defendeu, como um dos fundadores, o retorno do MpD orginal de 1990 que tinha Carlos Veiga como líder e que permitia a liberdade de pensamento e expressaão a cada militante e dirigente, o que, segundo ele, não acontece com o MpD atual chefiado por Ulisses Correia e Silva.
Essas observações de Orlando Dias agitou os deputados ventoinhas e membros do governo presentes no parlamento por algum momento, a ponto de o presidente da bancada Paulo Veiga ter usado da palavra para demarcar delas e garantir o suporte político ao governo. Houve até quem pediu a cabeça de Dias.
Mas este voltou à carga, desafiando que ninguém o vai calar e fazer sair do parlamento, onde vai continuar a exprimir livremente a sua opinião em representação do povo que o elegeu.
A semana