PP critica dinheiro gasto com festivais e viagens que “daria para construir um hospital” na Brava

O Partido Popular manifestou-se solidário com os familiares da parturiente que faleceu durante a evacuação para o Fogo e criticou “dinheiro gasto” em festivais e verbas inscritas no Orçamento do Estado que “daria para construir um hospital” na Brava.

Mar 12, 2019 - 06:15
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PP critica dinheiro gasto com festivais e viagens que “daria para construir um hospital” na Brava

O Partido Popular manifestou-se solidário com os familiares da parturiente que faleceu durante a evacuação para o Fogo e criticou “dinheiro gasto” em festivais e verbas inscritas no Orçamento do Estado que “daria para construir um hospital” na Brava.

Estas declarações foram feitas hoje à Inforpress pelo vice-presidente do Partido Popular (PP), Felisberto Semedo, após a reunião quinzenal do partido, na Cidade da Praia.

Felisberto Semedo afirmou que o PP dá um cartão vermelho ao Governo de Cabo Verde e aos sucessivos governos, por mais este caso da morte da jovem grávida que faleceu durante o processo de evacuação para a ilha do Fogo, na noite de sábado, dia 03.

De acordo com a mesma fonte desde a independência até à Segunda República em 1991 que a população da Brava sofre por causa da falta de transportes aéreo e marítimo e falta de um hospital regional para assistir as pessoas.

“Basta comparáramos quanto dinheiro que é gasto, mesmo nas Festas de São João na Brava, nas Festas de Bandeirona no Fogo, no Festival na Gamboa, na Baía das Gatas e em outros festivais em todos os concelhos, vermos no Orçamento do Estado 600 milhões de escudos para viagens do PR e seu ‘staff’ e membros do Governo. Esse dinheiro daria para construir um hospital”, criticou.

O partido considera que, quando o Governo anunciou a vinda de um avião equipado para casos de emergências, não foi contemplou as ilhas mais periféricas, porque se caso pensasse compraria um helicóptero ao invés.

“Um helicóptero tem um custo. Mas quanto custam os festivais em Cabo Verde. Somos um país insular e que deveríamos pensar fortemente na questão dos transportes aéreo e marítimo pensando também a saúde das pessoas”, acrescentou.

Durante a sua reunião mensal os populares também analisaram a privatização da transportadora aérea cabo-verdiana (TACV), e, apesar de reconhecer que a empresa era uma “batata quente nas mãos do Governo”, o partido pede uma sindicância para saber onde param “os mais 300 mil contos envolvidos no negócio com a venda dos 51% à Loftleidir.

Outro assunto que esteve em análise na reunião quinzenal do PP foi o julgamento do advogado Amadeu Oliveira. O partido considera estranho “esse julgamento às pressas” quando em Cabo Verde existe uma lista de casos à espera de julgamento por causa da morosidade da justiça.

Para Felisberto Semedo, todos os cabo-verdianos sabem que o Amadeu Oliveira “está a falar a verdade” e que ele “apresentou uma prova mais do que suficiente do que se está a passar com a justiça em Cabo Verde”, pelo que promete que o partido vai ficar “de olho no julgamento”.

O Partido Popular também debruçou sobre os alegados “24 casos de mortes ocorridos nos hospitais em Cabo Verde” no ano passado. Neste particular, o vice-presidente do PP pede a demissão do ministro da Saúde por não ter até agora apresentado “uma reacção convincente sobre estes casos”.