PR diz que reconstrução de escola dos Mosteiros simboliza ideia de nação cabo-verdiana global

José Maria Neves presidiu à inauguração as obras de requalificação e reconstrução da escola de Ribeira do Ilhéu e destacou alguns aspectos que classificou como “pilares fundamentais” na construção de um país, dos quais apontou a ideia de inclusão.

“Se tivermos a possibilidade de considerar as diferenças e integrar todos no processo global de desenvolvimento estaremos acelerando o ritmo de desenvolvimento”, disse José Maria Neves, que destacou a “liderança inclusiva” do presidente da câmara dos Mosteiros, Fábio Vieira, na mobilização de todos os mosteirenses, residentes no município, nas ilhas e na diáspora para a desenvolvimento do município.

Para o Presidente da República é salutar e natural que as pessoas não pensem da mesma forma e nem tenham as mesmas opiniões, mas no quadro de pluralismo e de democracia as pessoas têm de ter a capacidade de mobilizar todos os cabo-verdianos para acelerar o ritmo e enfrentar os desafios que estão pela frente.

O chefe de Estado felicitou a câmara dos Mosteiros por ter mobilizado a diáspora, que respondeu afirmativamente ao projecto da reabilitação da escola, que será “uma referência para Cabo Verde”.

Acrescentou que com a mobilização de todos os cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora, o país acelerará o ritmo do seu desenvolvimento e enfrentará com mais sucesso os desafios que tem pela frente.

“Nestes quase 50 anos da nossa independência, já fizemos muito. Investimos na educação e na saúde, construímos novas infraestruturas e neste momento temos os recursos e as bases para acelerar o desenvolvimento” referiu José Maria Neves, para quem agora é hora de começar a investir na qualidade de vida das pessoas e na qualidade das infra-estruturas.

Para o Presidente da República, ao chegar aos Mosteiros percebe-se que existe “um compromisso com a qualidade e com a excelência”, assim como uma procura permanente de melhoria da qualidade de vida das pessoas, e os emigrantes têm dado “um enorme apoio” neste sentido.

José Maria Neves confessou que às vezes ao ouvir os discursos políticos de todos os partidos fica triste porque há uma “fria disputa de protagonismo” em torno das infra-estruturas e referiu escolas, estradas, portos, aeroportos e a electricidade são importantes para servir as pessoas e observou que os municípios, Governo e a República existem para servir as pessoas.

A requalificação e reconstrução da escola de Ribeira do Ilhéu é resultado da parceria entre câmara, ONG luxemburguesa, Ministério da de Educação e emigrantes e, segundo o mesmo, todos deram as mãos e trabalharam para ter essa escola mais moderna, com mais possibilidades de responder aos desejos e anseios das pessoas.

José Maria Neves defendeu ainda a necessidade de existir o diálogo entre o poder local e o poder central, entre o Estado e a sociedade para a realização do bem comum e para a satisfação dos desejos, das aspirações e dos sentimentos das pessoas.

Por isso, enfatizou, deve haver respeito mútuo, lealdade institucional e um quadro de diálogo para a procura de soluções consensuais para a resolução dos problemas.

Segundo o mesmo, desde a independência tem havido um forte investimento na Educação e sublinhou que se há áreas onde o país obteve grandes ganhos foram Educação, Formação Profissional e Saúde porque se investiu nas pessoas.

Neves reconheceu que existem cada vez mais desafios e a necessidade de continuar a construir o consenso para acelerar o passo do desenvolvimento.

Salientou que é importante que os emigrantes continuem a investir e a acreditar em Cabo Verde e que, nesta matéria, os emigrantes do Fogo estão a dar o exemplo.

“Além das doações financeiras, há também as doações espirituais, doações de ideias, hábitos mentais que aprenderam no estrangeiro, nas sociedades mais desenvolvidas e trazem para Cabo Verde”, finalizou o chefe de Estado.

A requalificação e reconstrução da escola básica de Ribeira do Ilhéu está inscrita no programa municipal de requalificação do parque escolar e custou, segundo a edilidade dos Mosteiros, 43 mil contos, financiado pela câmara em 57,8 por cento (%) com recursos próprios e outros mobilizados junto da organização não-governamental Luxemburguesa Betebuerg Helleft (24.300 contos).

Um grupo de emigrantes de Ribeira do Ilhéu nos EUA mobilizou o montante global de 14 mil contos, equivalentes a 33,3 % da obra e o ministério da Educação entrou com 4.700 contos (11,1 %).

A nova escola tem quatro salas de aula, uma sala multimédia, um refeitório, uma sala de professores e um gabinete para a direção, cozinha e quatro casas de banho.