Produtor de ‘Os Simpsons’ que esteve no submarino do Titanic relata como é ficar perdido nas profundezas do oceano
Mike Reiss já realizou a expedição três vezes, e em todas a comunicação foi um problema; ele fala sobre a necessidade de assinar um termo que, só na primeira página, menciona morte três vezes
Mike Reiss já realizou a expedição três vezes, e em todas a comunicação foi um problema; ele fala sobre a necessidade de assinar um termo que, só na primeira página, menciona morte três vezes.
Mike Reiss, roteirista de televisão americano, conhecido por produzir ‘Os Simpsons’, visitou os destroços do Titanic no final de 2022 no submersível Titan, que está desparecido no Oceano Atlântico desde domingo, 18. Ele relatou que a embarcação já tinha apresentado problemas em todas às vezes que foi à expedição, sendo que na última, ficou cerca de três horas sem comunicação e precisava procurar os destroços sozinho em meio a escuridão. Em entrevista ao jornal britânico ‘BBC’, ele contou como foi a experiência de ter ficado ‘perdido’ nas profundezas do Oceano.
“A experiência da descida foi super relaxante. É um submarino projetado lindamente, e a sensação no interior é quase como um spa. Mesmo com cinco pessoas sentadas no chão, é confortável”, disse Reiss, acrescentando que são 2h30 caindo no silêncio. “Há um visor, mas tudo o que se enxerga é escuridão”, relatou. Porém, essa sensação de conforto sumiu quando o Titan perdeu conexão. “A bússola parou de funcionar imediatamente e começou a girar, então tivemos que nos mover às cegas no fundo do oceano”, disse o escritor que classificou a experiência como ‘desorientadora’ e já se preparava para não sair da expedição vivo.
“Entrei no submarino e no fundo da minha mente estava ‘bem, talvez eu nunca saia dessa coisa’. Isso não quer dizer que a embarcação é de má qualidade ou algo assim, mas tudo isso é uma nova tecnologia e eles estão aprendendo à medida que avança”, falou o escritor. Reiss informou que antes de embarcar, todos precisam assinar um termo que fala sobre os riscos da expedição. “Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes”. Reiss disse não estar otimista em relação ao resgate dos tripulantes. O Titanic afundou em sua viagem inaugural entre a cidade inglesa de Southampton e Nova York em 1912, após colidir com um iceberg. Das 2.224 pessoas a bordo, cerca de 1.500 morreram. Os destroços do transatlântico, partido ao meio, foram descobertos em 1985. Desde então, a área tem sido visitada por caçadores de tesouros e turistas.