QUAIS AS PROBABILIDADES DE UM MEGA TSUNAMI EM CABO VERDE NOS PRÓXIMOS 50 ANOS?

De acordo com um estudo realizado por investigadores do departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e publicado em 2015 um colapso gigantesco do flanco oriental da Ilha do Fogo provocou, há cerca de 73 mil anos, uma gigantesca onda marítima com uma dimensão superior a 200 metros (equivalente à altura de um prédio de mais de 60 andares).

Feb 1, 2023 - 03:42
 0  354
QUAIS AS PROBABILIDADES DE UM MEGA TSUNAMI EM CABO VERDE NOS PRÓXIMOS 50 ANOS?

De acordo com um estudo realizado por investigadores do departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e publicado em 2015 um colapso gigantesco do flanco oriental da Ilha do Fogo provocou, há cerca de 73 mil anos, uma gigantesca onda marítima com uma dimensão superior a 200 metros (equivalente à altura de um prédio de mais de 60 andares).

O tsunami terá atingido as ilhas de Santiago e Maio onde terá deixado marcas ainda visíveis (material vulcânico) a atitudes superiores a 270 metros acima do nível do mar.

De acordo com o mesmo estudo a energia potencial para novo colapso de grandes dimensões continua a existir, pelo que é imprescindível manter a vigilância.

De facto, sublinham os investigadores, um futuro deslizamento ou escorregamento do vulcão de Fogo não está posto de parte, sendo totalmente imprevisível quando isso poderá acontecer.

Mas o risco de um tsunami não advém apenas do colapso da parede do vulcão. A própria erupção vulcânica, por si só, pode lançar enorme quantidade de material piroclástico ao mar ( lavas, fragmentos de cratera, etc.) o que, embora pouco provável, podia também causar ondas gigantescas.

Mas não é só da ilha do Fogo que pode vir o perigo. Estudos científicos baseados em modelos matemáticos afirmam que também há riscos de um tsunami atingir Cabo Verde caso houvesse um forte evento vulcânico nas Ilhas Canárias.

Cientistas alertam que uma gigantesca massa rochosa ameaça desprender-se do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, e cair no mar.

Quando isso acontecer, uma gigantesca onda atravessará todo o Atlântico, em direção ao continente americano. Em poucas horas toda a costa cabo-verdiana seria inundada.

O risco não é eminente mas cientistas alertam que pode ocorrer dentro de 10 a 200 anos. Ao cair no mar, o gigantesco bloco provocará uma onda com 100 metros de altura, que atravessará o Atlântico a uma velocidade de 800 quilómetros por hora.

SISMO SUBAQUÁTICO

Mas não e só erupções vulcânicas em terra ou o colapso de rochas que causam tsunamis. Sismos subaquáticos debaixo do oceano ou deslizes das placas submarinas podem provocar intensos movimentos da massa de agua, gerando tsunamis de grandes dimensões.

O sismo oceânico de magnitude 5.3 na escala de Richter registado na madrugada de quinta-feira passada e cujo foco foi localizado a 73 quilómetros de Santo Antão indica que o soalho oceânico de Cabo Verde não está adormecido.

Caso tivesse havia um movimento vertical da placa oceânica (abrenuncio !) a falha podia gerar um tsunami que em minutos atingiria a costa.

MAS APESAR DOS RISCOS...

Apesar dos riscos felizmente são fracas as probabilidades de você vir a enfrentar um tsunami em Cabo Verde.

Compilando todas as informações atualmente disponíveis, a plataforma Think Hazard, especializada na gestão de riscos de desastres naturais, concluiu que é BAIXA a probabilidade de ocorrer um tsunami em Cabo Verde nos próximos 50 anos:

“Isso significa que, para os próximos 50 anos. há mais de 2% de probabilidade de ocorrer um um tsunami potencialmente destrutivo em Cabo Verde” - nota a plataforma digital, sem deixar, contudo, de pedir para se preparar para o impacto de um eventual tsunami, uma preparação que deve passar pela planificação, métodos e localização das construções ( longe da costa) tanto mais que Cabo Verde deverá perentoriamente enfrentar a subida do nível da agua do mar como um dos efeitos das mudanças climáticas.

De resto analistas pedem ás autoridades cabo-verdianas para identificarem e regulamentarem as medidas relativas ao risco de tsunami e seus impactos, começando com planos de alerta e de de evacuação.