Quase certo de que pode perder as eleições de 1 de Dezembro, Francisco Tavares, candidato do MpD, tenta animar a base com promessas requentadas
Cidade de 26 de Novembro de 2024 (Bravanews) - À medida que as eleições municipais na Brava se aproximam, o clima político na ilha, tem se tornado cada vez mais tenso. Francisco Tavares, o atual candidato do MpD à presidência da Câmara Municipal da Brava, parece estar ciente de que a vitória em 1 de dezembro está longe de ser garantida. No entanto, o candidato, que já liderou o município e conhece de perto as dificuldades da política local, tem feito um esforço contínuo para reverter o que muitos consideram ser uma campanha em declínio, tentando animar uma base que já começa a desmobilizar.
Francisco Tavares, que ocupa uma posição de liderança na política local desde 2012, enfrenta um cenário desafiador nas eleições deste ano. O candidato Amandio Brito, apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), tem mostrado grande apoio popular, o que colocou Tavares e o MpD em uma posição de vulnerabilidade. Segundo fontes locais, a desilusão com a gestão do MpD, e uma série de dificuldades no cumprimento de promessas anteriores contribuíram para uma crescente sensação de incerteza entre os eleitores bravenses
A ilha tem vivido tempos de grande instabilidade política. O MPD, partido que tem sido a base de grande parte da política de Cabo Verde desde o advento da democracia, viu uma redução em seu apoio popular em várias regiões, e a Brava não é exceção. Na Brava, o desânimo já começa a se espalhar entre os militantes e eleitores que haviam dado apoio ao partido em eleições passadas. A base do MpD, que historicamente foi vista como uma das mais leais e engajadas, agora se vê em um dilema: continuar acreditando em um projeto de mudança que parece não ter se concretizado ou se alistar nas forças da oposição, que ganham força com a aproximação do pleito.
Consciente de que a campanha está longe de ser um caminho fácil, Francisco Tavares tem se empenhado para trazer ânimo de volta à sua base. Recentemente, o candidato participou de uma série de reuniões de caráter motivacional, buscando reforçar a importância de uma união em torno da sua candidatura, e tem apregoado a mensagem de que sua experiência na gestão municipal será fundamental para trazer a Brava de volta ao caminho do desenvolvimento.
Em discursos inflamados, Tavares tem se mostrado confiante de que, mesmo diante das dificuldades, o MpD será capaz de reverter a tendência e conquistar a confiança do povo bravense. No entanto, nas últimas semanas, suas tentativas de reverter o desânimo têm esbarrado em um cenário de crescente descrença. Muitos observadores políticos apontam que, ao invés de um crescimento no apoio, a campanha do MpD tem se caracterizado pela falta de articulação clara, por um discurso político que parece desconectado das necessidades urgentes da população da Brava e pela falta de uma proposta concreta de melhoria para os problemas mais prementes da ilha, como o desemprego, saúde, educação, transporte e a falta de infraestrutura.
Com o desgaste visível da campanha e a crescente desmobilização entre os seus apoiadores, Tavares tem tentado mostrar confiança, mas a pressão sobre o candidato tem sido evidente. A Brava, uma das ilhas mais pequenas de Cabo Verde, tem visto uma fuga de jovens e a redução da população, o que também afeta a dinâmica eleitoral. Os desafios enfrentados pela Brava no que diz respeito à modernização da infraestrutura e ao aumento da qualidade de vida são questões sensíveis, que têm sido constantemente abordadas pela oposição. O MpD, por sua vez, ainda tenta responder à crítica de não ter sido capaz de trazer soluções reais para esses problemas.
Além disso, a crescente insatisfação de alguns setores da população com o partido tem levado à mobilização de outros candidatos da oposição, principalmente do PAICV, que surge com uma forte candidatura para a Câmara Municipal. O partido opositor parece ter se capitalizado em cima da insatisfação local, buscando mostrar que as promessas não cumpridas do MpD são uma razão mais que suficiente para buscar uma nova alternativa para o governo local.
O que está em jogo nas eleições de 1 de dezembro não é apenas o controle da Câmara Municipal da Brava, mas também o futuro político da ilha. Caso o MpD sofra uma derrota nas urnas, poderá ser um golpe considerável para o partido, que poderá ter de repensar a sua estratégia em Cabo Verde. Para Tavares, que também sente que este é um momento de teste para sua liderança política, a campanha se tornou uma corrida contra o tempo.
Apesar dos sinais de desmobilização e da dificuldade em manter sua base de apoio ativa, Francisco Tavares parece decidido a lutar até o fim, apostando em um esforço renovado nas últimas semanas antes da votação. No entanto, o cenário permanece incerto, e a Brava poderá assistir a uma eleição muito mais disputada do que o esperado, com um futuro político que promete ser profundamente impactado pelos resultados deste pleito.
Redaccao