São Filipe: Luís Pires anuncia que é candidato às próximas eleições, mas não descarta possibilidade de integrar lista partidária

O vereador sem pasta e líder do Grupo Por Amor Incondicional a São Filipe (GPAIS – oposição) anuncia que é candidato às próximas eleições autárquicas para inverter os “sucessivos adiamentos de quase tudo” no município de São Filipe. Luís Pires não descarta a possibilidade de fazer parte da lista partidária - mais possível é na do PAICV - mas deixa o aviso que só a fará “depois de uma profunda transformação que renove, integre e valorize todos”.

Se vier confirmar a sua corrida à presidência da Câmara de São Filipe, será a quarta vez consecutiva que Pires disputa tal cargo. A primeira candidatara foi através da GIGA, em que perdeu as eleições - o então presidente Eugénio Veiga saiu vencedor. A segunda foi na penúltima eleição autárquica, em que Luís Pires, como candidato do PAICV, venceu, por maioria relativa, derrotando o ex-Edil Eugénio Veiga que concorreu como independente e o Júlio Andrade que encabeçou a lista do MpD. Já no pleito de 2016, Luís Pires voltou a concorrer com o apoio do GPAIS por perder apoio do PAICV. Foi derrotado pelo atual Presidente Jorge Nogueira do MpD e por Eugénio Veiga do PAICV, que ficou em segundo lugar e conheceu assim a sua primeira derrota histórica depois de ter governado 20 anos o Concelho de São Filipe.

Numa conferência de imprensa ocorrida na tarde desta quinta-feira, na Cidade dos Sobrados, onde o líder do GPAIS discorreu sobre o estado de “abandono” a que está votado São Filipe, Luís Pires, afirmou, segundo a Inforpress, que “por causa dos sucessivos adiamentos de quase tudo, com sérios riscos de adiar São Filipe”, vão continuar sempre disponíveis e que estão (ele e seus apoiantes) a trabalhar um novo projecto autárquico capaz de integrar e valorizar todas as vontades de servir São Filipe.

Pires disse que no dia da Liberdade, 13 de Janeiro, o edil fez um discurso “inadequado e violento”, mas assumiu publicamente o seu projecto de requalificação da orla marítima que prevê um calçadão de Fonte Bila à praia da Nossa Senhora de Encarnação, com árvores ao longo de toda a extensão, piscina de água salgada e viveiro de tartarugas.

Segundo Luís Pires, a actual equipa começou a “interpretar bem a sua poesia de desenvolvimento e resolveram assumir sem complexos a visão estratégica para o desenvolvimento de São Filipe”, indicando que afinal a “visão era tão boa que até ainda a actual equipa não conseguiu acrescentar nem mudar uma única vírgula”.

Projecto e abertura ao diálogo

“Se os projectos em curso e previstos são os mesmos, se na visão estratégica não se acrescentou nada, se há sucessivos adiamentos, se com mais dinheiro há menos trabalho é porque o povo de São Filipe deve tirar a sua conclusão”, disse, observando que é por amor a São Filipe que está a preparar um novo projecto autárquico para 2020.

Questionado se será uma candidatura independente ou integrando a lista partidária, Luís Pires advogou que “os partidos são meios” e que o seu objectivo é São Filipe”, sublinhando que está disponível em congregar as vontades e formatar um projecto autárquico integrador, pese embora esteja disponível para dialogar com todos aqueles que estejam interessados no desenvolvimento de São Filipe.

A possibilidade de fazer parte da lista partidária - o mais provável é a do PAICV - não foi descartada, mas deixa o aviso que só a fará “depois de uma profunda transformação que renove, integre e valorize todos”. É que há uma corrente política que está a desenvolver, segundo a qual o PAICV precisa de abrir a negociação com todos (Luís Pires e Eugénio Veiga) e ter um candidato único à Câmara de São Filipe. Isto diante das críticas de que o Município está muito mal, com o Edil Jorge Nogueira quase a fugir dos eleitores por causa das fracas realizações e incumprimento das promessas da campanha.

Em conferência de imprensa referida, Luís Pires disse, segundo a Inforpress, que continua aberto a dialogar com todos, mas está sobretudo a preparar um novo projecto autárquico integrador e com uma visão ainda, de longe, superior àquela que teve durante o seu mandato autárquico (2012-2016) e que não está sendo muito bem seguida, apesar de apropriada pelo novo executivo.

O jovem autarca conclui que quer trabalhar para servir São Filipe e «está disposto a sentar à mesa para fazer o melhor possível para o município».