Sismos: PAICV “preocupado” com “ausência das autoridades e sinais de agravamento” da situação na ilha Brava
O deputado do PAICV Clóvis Silva manifestou-se hoje “preocupado” com a situação de “abalos sísmicos frequentes” na ilha da Brava e “ausência das autoridades” e apelou a uma maior intervenção da Protecção Civil junto das populações.
O deputado eleito nas listas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) pelo círculo eleitoral da ilha Brava falava em conferência de imprensa para abordar questões inerentes à ilha, tendo-se manifestado “preocupado” com a forma como as autoridades nacionais, “responsáveis por dar resposta à situação de crise que se vive na Brava”, vem lidando com a população.
“E por estes dias a vida na ilha Brava tem sido de grande preocupação com a segurança, desde o passado dia 30 de Outubro. Na nossa história nós sabemos que a Brava sofre com os tremores de terra de pequena magnitude, porém, em muito poucas situações estes abalos sísmicos deixaram a população em pânico por causa de danos nas habitações com a necessidade de a população ter de dormir ao relento por medo de desabamentos ou estragos na sua habitação”, afirmou.
Segundo Clóvis Silva, há sinais de agravamento, pela intensidade e pelo alastramento das ocorrências, frisando que a intensidade justifica muito mais do que um aviso à população para que saia das habitações sempre que sentir sismos.
“A população da Brava precisa de alento, precisa da presença das Autoridades Nacionais, e de capacidade técnica e humanas suficientes, que lidam com a Proteção Civil, na Ilha. Os líderes comunitários não têm qualquer informação e formação para lidar com uma situação que exija intervenção junto da População”, afirmou.
Tendo em conta que a questão dos abalos sísmicos tem persistido, salientou, há necessidade de a população estar informada o mais urgente possível sobre o que e como fazer, em caso de situações mais graves.
“Precisamos saber se há um Plano de Contingência e um Plano de Evacuação para caso seja necessário, pelo menos se existe e pelo menos a parte cabível às comunidades seja dada a ela conhecimento para que saibam o que fazer. Não faz sentido que continuemos a deixar o pânico se instalar a cada abalo e não fazermos qualquer intervenção de capacitação da população para se preparar”, frisou.
Clóvis Silva defendeu a necessidade de se apostar no recrutamento de mais técnicos para o sector de controlo de sismos, salientando que o PAICV está igualmente preocupado com o facto de o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), que é a autoridade nacional no domínio da sismologia, com sede na ilha do Sal, e delegações em outros pontos do país, a ter somente um técnico a responsabilizar por todas as tarefas.
“Essa única pessoa tem que fazer a monitorização de sismos de origem vulcânica, em todo o país, instala os sistemas nas estações, ele mesmo que determina os equipamentos a serem comprados e instalados, também que tem que fazer a manutenção dos programas e também que tem que fazer a análise dos dados científicos “, questionou.
“E isto nós já sabíamos desde a outra atividade que ocorreu em 2015, o que demonstra que, se hoje mais de oito anos depois ainda estamos na mesma situação, é mais do que necessário que a autoridades sejam interpeladas a agir, porque a população está a se sentir sozinha e desamparada”, acrescentou.
Apelou, neste sentido, para “maior intervenção” das autoridades locais e nacionais por forma a fornecer informações actualizadas e a amparar a população da ilha Brava neste momento de alguma preocupação.