‘Starbucks’ sob boicotes por discriminação racial fecha 8000 lojas para treinar 175 mil funcionários – Como fica o acordo com o café do Fogo?

A multinacional norte-americana Starbucks – que em outubro último era destacada em Cabo Verde por ocasião da exportação de mais de onze toneladas de café do Fogo — está a rever as suas práticas num momento em que está sob fogo intenso, com pedidos de boicotes por parte dos clientes depois dum incidente na última quinta-feira 12. Foi o caso que dois homens “afroamericanos” foram presos numa loja Starbucks en Filadélfia, por não terem feito o pedido enquanto aguardavam a chegada duma terceira pessoa.

"Peço sinceras desculpas aos dois homens presos", disse o CEO da Starbucks, Kevin Johnson depois que o caso saltou para a opinião pública. "A Starbucks opõe-se firmemente à discriminação, ou à discriminação racial", disse em comunicado.

Entrevistado pela ABC News nesta segunda-feira, 16, prometeu "uma exaustiva revisão" das práticas da empresa. Anunciou ainda o despedimento do gerente que chamou a polícia.

O incidente foi filmado por vários clientes, e através de testemunhos tornou-se evidente que há tratamento diferenciado segundo a cor da pele. Brandon Ward a quem foi negada a chave do WC, sob a alegação de que ainda não comprara nada, filmou Weston que aceitou testemunhar que a ele lhe tinham dado a chave sem fazer perguntas sobre se comprara algo, o que ele também não tinha feito. A diferença de tratamento “teve em conta só mesmo a cor da pele”, concluíram ambos.

A maior rede de lojas que servem café no mundo, sediada em Seatle, registou em 2017 uma receita de 22.390.000.000 de dólares (mais de dois biliões CVE). 2017 foi também o primeiro ano em que a Starbucks recebeu onze toneladas de café do Fogo, no quadro do acordo de fornecimento com a “Fogo Coffee Spirit”.

Fontes: BBC/ Getty Images (foto). Arquivo: www.asemana.publ.cv/?Ilha-do-Fogo-Mais-de-onze-toneladas-de-cafe..., 15/10/2017