Suspeitas de tráfico humano aumentam na Praia: Mais duas crianças desaparecidas

Duas crianças -um rapaz e uma menina - do bairro de Castelão da cidade da Praia, encontram-se, desde sábado último, desaparecidas. Aflitos, os pais pedem a intervenção urgente das autoridades competentes para descobrir o paradeiro dos meninos. Com este terceiro caso, eleva-se para cinco o número de desparecidos na Capital cabo-verdiana - uma mulher e quatro crianças (ver a foto de uma delas, Edvânea Gonçalves) - num curto espaço de cerca seis meses. Conforme alertou recentemente o Cardeal D.Arlindo Furtado, suspeita-se existir alguma rede de sequestro e tráfico humano a operar no Concelho da Praia.

Feb 6, 2018 - 08:43
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Suspeitas de tráfico humano aumentam na Praia: Mais duas crianças desaparecidas

Duas crianças -um rapaz e uma menina - do bairro de Castelão da cidade da Praia, encontram-se, desde sábado último, desaparecidas. Aflitos, os pais pedem a intervenção urgente das autoridades competentes para descobrir o paradeiro dos meninos. Com este terceiro caso, eleva-se para cinco o número de desparecidos na Capital cabo-verdiana - uma mulher e quatro crianças (ver a foto de uma delas, Edvânea Gonçalves) - num curto espaço de cerca seis meses. Conforme alertou recentemente o Cardeal D.Arlindo Furtado, suspeita-se existir alguma rede de sequestro e tráfico humano a operar no Concelho da Praia.

O novo caso está a inquietar os capitalinos. Conforme relatos de familiares, as duas crianças eram primos - o rapaz tinha 10 anos e a menina 11. Estão desaparecidas desde final da tarde de sábado, 03,quando, a mando da avó, saíram da casa, em Achada Limpo de Castelão, para comprar açúcar e não foram mais vistos.

Em declaração à RCV, a mãe do menino, Isa de Bianina, contou que as crianças nunca saíram fora da zona. Por isso, diz que os familiares estão aflitos, pedindo a intervenção urgente das autoridades competentes - polícias e ICCA, no sentido de descobrirem o paradeiro destes menores.

Segundo informações avançadas pela mãe e tia dos desaparecidos, a polícia judiciária já foi informada da situação e encontra-se a realizar diligências no sentido de se descobrir os dois meninos. Aflitos, os familiares pedem o apoio de todos.

Entretanto, a presidente da ICCA considerou,hoje, tratar-se de uma situação grave, prometendo reunir com as partes intervenientes no processo para a adoção de uma estratégia concertada de ação em prol da defesa das crianças. Apelou às famílias para acompanharem melhor os filhos e estarem mais atentas perante este fenômeno de rapto de pessoas que se regista em Cabo Verde, mais concretamente na Praia.

Outros casos por desvendar e suspeitas de tráfico humano

De salientar que as autoridades estão por desvendar três casos semelhantes registados nos bairros da Capital. Num total, envolvem cinco pessoas desaparecidas - uma mulher e quatro crianças - num curto espaço de cerca seis meses.

O primeiro aconteceu no dia 28 de Agosto. Edine Jandira Robalo Lopes Soares, 19 anos, conhecida por Loke, deixou a casa, alegando que ia levar o bebé para o controle no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Praia. Até hoje a mãe e filho continuam desaparecidos.Contudo, há quem suspeite pertencer à mulher desaparecida, as ossadas humanas, ainda em análise, descobertas, a 18 de Janeiro último, pelas autoridades judiciais e de saúde, em Ponta Bicuda de Achada Grande Trás. A 14 de Janeiro fez, também, dois meses em que Edvânea Gonçalves, 10 anos de idade, se encontra desaparecida da casa dos pais em Eugénio Lima de Santiago. Já no sábado,04, registou-se o desaparecimento das duas crianças referidas nesta peça.

Referindo-se a estes casos, o Cardeal Dom Arlindo Furtado alertou, recentemente, que a situação de desaparecimento de pessoas em Cabo Verde é “muito preocupante, grave e chocante”. Segundo ele, há “qualquer coisa que está a acontecer que não dá para entender”.

O bispo da Diocese de Santiago aventa à possibilidade de haver “uma organização criminosa com intenções desconhecidas”.

O prelado mostrou-se preocupado, sobretudo com o desaparecimento de crianças, crime esse que classifica de “hediondo e gravíssimo”.

Para Dom Arlindo, esta situação tem de ser resolvida e desmantelado o grupo de raptores.

Por outro lado, alerta as famílias, autoridades e a todos os cidadãos em geral a estarem mais atentos e dispostos a contribuir no sentido de prevenir, evitar e denunciar esse tipo de crime.

O Cardeal manifestou solidariedade aos familiares das vítimas e interpela a ajuda de Deus para que a situação seja resolvida de forma rápida com toda a eficácia possível.

Este diario digital apura que as autoridades policiais, nomeadamente a Polícia Judiciária (PJ), estão no terreno na tentativa de encontrar as vítimas e identificar os criminosos.

asemana