TACV ADIA PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMOS DE QUASE 210 MILHÕES DE ESCUDOS
A transportadora aérea estatal cabo-verdiana TACV pediu a prorrogação por um ano do prazo de pagamento de dois empréstimos, alegando os impactos na subida dos preços dos combustíveis.
A transportadora aérea estatal cabo-verdiana TACV pediu a prorrogação por um ano do prazo de pagamento de dois empréstimos, alegando os impactos na subida dos preços dos combustíveis.
De acordo com uma resolução do Conselho de Ministros publicada hoje, consultada pela Lusa, em causa estão empréstimos contraídos pelos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) junto da Caixa Económica de Cabo Verde, no valor de 100 milhões de escudos e de mais de 110 milhões de escudos, ambos com avales do Estado e que foram agora prorrogados por 12 meses, por decisão do Governo.
“Com a retoma da economia e das suas atividades, os TACV apresentaram um plano de retoma e estabilização 2022/2023, através do qual estavam definidos os pressupostos base para efeitos de estabilização das operações e situação financeira da empresa. Contudo, a execução deste plano também enfrentou novos desafios, na decorrência da subida dos preços de combustíveis em cerca de 80% entre janeiro e junho de 2022, em consequência da guerra na Ucrânia”, lê-se na mesma resolução, que aprova a prorrogação do aval do Estado.
“Este cenário impactou a rentabilidade prevista dos voos, bem como os fluxos de caixa da empresa, pelo que, de forma a garantir uma melhor gestão da sua tesouraria neste processo de retoma das suas atividades, que implica investimentos para implementação do plano de sustentabilidade, os TACV solicitaram a prorrogação do prazo de pagamento de dois empréstimos contraídos junto da Caixa Económica de Cabo Verde”, acrescenta.
Face à “relevância da empresa para a economia nacional, e mais concretamente ao nível do setor dos transportes aéreos e da conectividade do país com o mundo”, o Estado, enquanto acionista maioritário, “reconhece a manifesta importância em apoiar a empresa com a extensão destas duas garantias de crédito nas condições apresentadas pelo banco”.
O Governo já tinha aprovado em dezembro passado um aval do Estado de 250 milhões de escudos à TACV, para apoiar a tesouraria e continuar as operações e atividades previstas ainda para 2022.
Sobre esta garantia, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, alertou então que, tal como em 2016, o Governo tem duas opções, em que ou liquida a companhia ou cria condições para que possam continuar a funcionar.
Em fevereiro de 2022, o Governo cabo-verdiano tinha atribuído outro aval para um empréstimo de 1,5 milhão de euros à TACV, face a “necessidades de emergência”, como o pagamento de salários.
O Estado cabo-verdiano prevê injetar anualmente mil milhões de escudos na TACV nos próximos três anos, para garantir a estabilidade e recuperação da companhia aérea, antes de a reprivatizar em 2024, anunciou em setembro o ministro dos transportes, Carlos Santos.