Todos os dias morre uma pessoa vítima de cancro em Cabo Verde – revela director Nacional da Saúde
Em Cabo Verde morrem anualmente de cancro cerca de 340 pessoas, ou seja, uma pessoa por dia, com maior incidência no cancro da mama, próstata e colo do útero, revelou hoje o director Nacional da Saúde
Em Cabo Verde morrem anualmente de cancro cerca de 340 pessoas, ou seja, uma pessoa por dia, com maior incidência no cancro da mama, próstata e colo do útero, revelou hoje o director Nacional da Saúde
Os dados foram avançados hoje, na Cidade da Praia, pelo director Nacional da Saúde, Artur Correia, em declarações à imprensa após ter presidido à cerimónia de abertura de uma mesa redonda para assinalar o Dia Mundial do Cancro, que este ano se celebra sob o lema “Estou atento e vou agir”.
Segundo este responsável, todos os dias morre uma pessoa em Cabo Verde vítima do cancro ou seja cerca de 340 por ano, e a doença representa 13 % da mortalidade e é a 3ª causa de morte no país, sendo que em relação aos homens há uma grande predominância dos cancros ligados ao aparelho digestivo e da próstata, enquanto nas mulheres os mais comuns são os da mama e do colo do útero.
Artur Correia afirmou que a situação é preocupante, mas que, para melhorar o panorama, será necessário tomar medidas importantes para tentar mitigar o processo que é evolutivo e continuo, e que tem a ver com o desenvolvimento do país, mas também com políticas públicas que podem ser desenvolvidas em conjunto com outras instituições e todo o sector da sociedade cabo-verdiana.
Entretanto, não adiantou qual é o montante disponibilizado a nível orçamental para o tratamento e acompanhamento, mas disse que o Governo tem feito um grande esforço sobretudo na aquisição e administração dos medicamentos recebidos no país.
Por outro lado, avançou que a nível de saúde pública, o país enfrenta dois grandes desafios, nomeadamente a consolidação dos ganhos alcançados em relação às doenças transmissíveis como o sarampo, rubéola, poliomielite, transmissão do VIH da mãe para filho e do paludismo no horizonte 2020, e com o controlo e prevenção das doenças não transmissíveis, que têm a ver com todo o processo de desenvolvimento do país na qual se destacam os cancros que são considerados doenças do presente e do futuro.
“Em relação aos cancros, temos um grande potencial preventivo, onde todos os cabo-verdianos, nomeadamente o Governo local e central e a sociedade em geral são chamados a assumirem a responsabilidade de contribuírem para a mitigação dos efeitos negativos das doenças não transmissíveis”, frisou o responsável.
No que diz respeito ao diagnóstico precoce no país, explicou que grande parte do processo é feito tardiamente, mas sublinhou que neste momento o ministério tem um programa nacional de prevenção e controlo dos cancros que pretende dinamizar esse processo não só na vertente diagnóstico, tratamento e seguimento, mas também na promoção, prevenção e protecção.
Segundo o director, o diagnóstico precoce que possibilite o tratamento e a recuperação e aumenta as chances dos doentes e é uma tarefa que diz respeito não apenas ao Ministério da Saúde, mas a toda a população que deve estar sensibilizada e informada para poder agir.
Por sua vez, o médico Tomás Valdez, que falava em nome do representante da Organização Mundial da Saúde em Cabo Verde, destacou os progressos alcançados pelo país, assegurou que a OMS está disponível para apoiar Cabo Verde na implementação do manual das diretrizes para o manejo da dor em pacientes adultos e adolescentes com câncer, submetidos a terapia farmacológica e radioterapêutica, sobre o guia para o tratamento precoce.
“Queremos reconhecer os esforços feitos e dar os parabéns a Cabo Verde pelo progresso e dizer que estamos juntos para fazer e tornar a realidade o slogan deste ano “Estou atento e vou agir” e estar a lado do país nos muitos desafios que ainda persistem”, realçou.
A comemoração da efeméride, aprovada na Carta de Paris a 04 de Fevereiro de 2000, na Cimeira Mundial Contra o Cancro para o Novo Milénio, visa chamar a atenção dos líderes governamentais, gestores de saúde e formadores de opinião para reduzir até 2020, a doença que está a ameaçar as futuras gerações em todo o mundo.
Estima-se que o número de casos de cancro e mortes relacionadas a nível mundial venha a duplicar nos próximos 20 a 40 anos, especialmente nos países em desenvolvimento, os menos equipados para lidar com o impacto social e económico da doença.