Tony Teixeira acusa jornalistas da TCV de furtos e outros actos pouco dignos

Director da Televisão de Cabo Verde, Tony Teixeira, reage a um post do jornalista Orlando Rodrigues relacionado com a instalação de vídeo vigilância na redacção e estúdios da televisão pública, dizendo que os jornalistas furtam equipamentos de trabalhos de colegas, pendrives, dinheiro, até telemóveis.

Jun 12, 2018 - 12:03
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Tony Teixeira acusa jornalistas da TCV de furtos e outros actos pouco dignos

Director da Televisão de Cabo Verde, Tony Teixeira, reage a um post do jornalista Orlando Rodrigues relacionado com a instalação de vídeo vigilância na redacção e estúdios da televisão pública, dizendo que os jornalistas furtam equipamentos de trabalhos de colegas, pendrives, dinheiro, até telemóveis.

A instalação de vídeo vigilância nas instalações da televisão pública está a dar que falar. O presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados, acaba de decidir sobre a remoção, de forma imediata, dos equipamentos instalados na redacção e estúdio da televisão pública. Segundo Faustino Varela Monteiro, este acto da direcção da TCV fere os direitos dos jornalistas, previstos na Constituição da República e no Código Laboral em vigor.

Por seu turno, Orlando Rodrigues, até aqui vice-presidente do sindicato dos jornalistas, AJOC, e candidato a liderança deste órgãos, nas eleições dos órgãos sociais da organização que poderá acontecer nos próximos meses, reagiu à decisão da CNPD, solicitando “os dirigentes da empresa e da estação que façam cumprir, de forma célere e cabal, a deliberação da CNPD”.

“Recordam que, ao abrigo do primado da lei, que permite aos jornalistas e a qualquer cidadão resistir a situações de violação, grave ou não, dos seus direitos, reservam-se a possibilidade de promover outras formas de fazer cumprir a decisão da CNPD, no sentido da comprovável remoção do sistema de vídeo-vigilância na Redacção e nos Estúdios da TCV”, avisa Rodrigues.

A posição de Orlando Rodrigues mereceu a reacção imediata do director da TCV, Tony Teixeira, nos seguintes termos: “Antes de se proceder a instalação do sistema de video vigilância, que como é do conhecimento de todos os trabalhadores da TCV, nem sequer entrou em funcionamento, colocamos uma nota a informar que se iria solicitar um parecer a CNPD sobre a possibilidade de instalar o referido sistema.
Na altura todos os jornalistas deram a sua anuência pois, como é do teu conhecimento, nenhum de nós tem a coragem de deixar qualquer pertence na redação para que, como tem sido hábito aos longos dos anos, o amigo do alheio não o leve. É verdade ou não?
Quantas vezes já ouviste reclamações de colegas do desaparecimento de auscultadores, da empresa ou pessoal? De Pen´s, discos externos , dinheiro nas carteiras das senhoras jornalistas e mesmo telemóveis? Quantas vezes já ouviste reclamações de alguém ter mexido nos computadores apagando ficheiros? 
Serão estas questões invenções minhas?
Infelizmente, quer-se fazer passar a ideia de que a instalação das câmaras na redação e nos estúdios têm como objetivo vigiar os jornalistas quando se sabe que as mesmas, para além de não terem som, não mostram pormenores dos computadores, ou seja, são planos abertos. Ninguém consegue ver o que um jornalista escreve no computador pelo que é impossível vigiar.
Como todos os jornalistas da TCV sabem, o sistema foi instalado e, para a entrada em funcionamento, esperava-se a vistoria da CNPD, o que veio a acontecer no final do mês de Maio. Uma das recomendações foi a retirada das Câmaras dos estúdios e da redação. Recomendações aceites desde o início e foi por isso que o sistema continua inoperativo”.

Como diz o velho ditado popular, “na guerra de comadres, é que se conhecem as verdades”. Será este o caso da TCV?

SantiagoMagazine