Trabalhadores do sector de Saneamento na Câmara Municipal da Brava reivindicam melhores condições de trabalho e protecção
Cidade de Nova Sintra, 2 de Novembro de 2023 - Os trabalhadores do sector de saneamento da Câmara Municipal da Brava estão levantando preocupações significativas sobre as condições precárias em que exercem suas funções. A falta de equipamentos de protecção individual adequados, especialmente de máscaras adequadas, tem sido uma questão crítica, tornando-os vulneráveis a vários riscos à saúde no desempenho de suas atividades diárias.
Além da ausência de equipamentos de protecção, os trabalhadores também expressaram descontentamento com os baixos salários, a falta de protecção social e a inexistência de um plano de carreira dentro da instituição. Esses problemas têm gerado incerteza quanto ao futuro desses profissionais que desempenham um papel fundamental na manutenção do saneamento básico no município.
"Estamos enfrentando condições de trabalho inseguras todos os dias. Não temos as ferramentas necessárias para proteger nossa saúde e, além disso, nossos salários não refletem adequadamente o trabalho árduo que realizamos", declarou um dos trabalhadores, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A falta de medidas efectivas para resolver essas questões têm levado a uma crescente insatisfação entre os trabalhadores, que agora estão se unindo para fazer um apelo público por mudanças urgentes.
Procurada para comentar sobre as preocupações dos trabalhadores, a Câmara Municipal da Brava na pessoa do Presidente disse que em primeiro lugar há que diferenciar os quase 100 trabalhadores do saneamento (coveiros, jardineiro, varredeiras, agentes e fiscais de saneamento de algumas localidades) com os ajudantes de camião de lixo. “As queixas devem pertencer a alguns ajudantes de camião de lixo. Trabalham com alguns equipamentos fornecidos pela Câmara Municipal da Brava que sempre forneceu luvas e máscaras e já forneceu também calçados e fatos de macaco”.
O edil reconheceu que “neste momento precisam de mais fatos de macaco e botas”, lembrando também que o camião de lixo avariou uma peça que está difícil encontrar no mercado nacional e internacional, camião esse que facilitava e muito o trabalho do pessoal que trabalhava na recolha de lixo.
Agora trabalham com um camião municipal tipo Toyota Dyna que não tem condições de transporte de todos os elementos na cabine que leva o condutor e tem lugar para 2 ajudantes “o restante vai na carroceria, situação que compreendo não ser desejavel”.
“Quanto ao salário devo dizer que connosco na CMB o salário subiu para esta classe de 10 mil e 13 mil para 18 mil, igualmente é de referir que não trabalham 8h por dia (cerca de 6h ou menos). A definição do salário é baseado no PCCS e muito tem a ver com o grau de escolaridade”, disse o edil.
“Reconhecemos que não é um trabalho fácil e precisam de mais e melhores meios assim como negamos que não têm meios nenhuns. A CMB trabalha com o que tem e o que pode fornecer, sabendo que não existe legislação obrigando o fornecimento de vestuário e calçado aos mesmos. E aproveito para deixar a nota de que, quando é fornecido os materiais estes devem ser preservados e usados única e exclusivamente para o trabalho da CMB e não como tem sido prática por parte dos mesmos em alguns casos” finaliza.
Enquanto os trabalhadores continuam a desempenhar um papel essencial na garantia da higiene e do saneamento na comunidade, suas preocupações destacam a necessidade imediata de ações que garantam condições de trabalho mais seguras, salários dignos e um futuro mais estável para aqueles que dedicam seus esforços a serviços tão essenciais para o município.
MS