A apresentação deste diagnóstico foi feita esta quarta-feira no salão nobre da câmara municipal, onde a técnica da autarquia afirmou que os resultados não são formais, tendo em conta que o documento oficial ainda não está pronto.
Em entrevista à Inforpress, a técnica da edilidade portuguesa São Tavares salientou que a má qualidade da água potável e a ausência de ocupações de tempos livres, para os jovens, crianças e idosos, principalmente na área do desporto e da cultura, também fazem parte do diagnóstico.
“Neste momento fiz só um inquérito, para além das entrevistas realizadas e também o trabalho de grupo, participado pelas instituições locais, envolvendo várias localidades da ilha Brava e pessoas de diversas estruturas e profissões. Com isso, já tenho uma caracterização e uma síntese”, informou, salientando que a análise de conteúdo está sendo trabalhado para o diagnóstico final.
Segundo a mesma fonte, já estão elaborados dois projectos, sendo um de mni-andebol, que abrange três escolas de diferentes localidades, nomeadamente uma escola de Nova Sintra, Nossa Senhora do Monte e da Furna.
“Está prevista a participação de aproximadamente 140 crianças do terceiro e quarto ano. Já o outro projecto, que já se iniciou, é aula de música e nós formalizamos a escola artística da Brava com três professores locais e tudo foi feito com participação das pessoas residentes”, salientou.
Conforme explicou esta responsável, toda a elaboração do diagnóstico foi feita em participação, envolvendo a comunidade com documentos científicos para terem uma melhor resposta face ao diagnóstico.
“Se não houvesse um trabalho de parceria e envolvimento de todas as pessoas e instituições locais seria muito difícil. O diagnóstico tinha que ser feito em conjunto e aproveito para agradecer toda a população da Brava e sua morabeza, profissionalismo, os seus voluntários que compareceram nos cincos encontros realizados”, agradeceu.
Acrescentou ainda que também foram realizadas cerca de trinta entrevistas, envolvendo aproximadamente 60 pessoas.
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, salientou que este projecto é também pensado para uma atuação mais “assertiva, eficaz e eficiente” por parte da ação social da autarquia.
“A meio do percurso vimos a necessidade de fazer a elaboração exaustiva do diagnóstico social, e depois, através do mesmo, a elaboração do plano de acção nas diversas áreas e, assim, levarmos em definição das atividades concretas. Com isso temos um caminho traçado para dar respostas eficazes e assertivas dentro de toda a problemática social da competência da camara”, assegurou.
O edil considerou que a ideia principal é responder a população que realmente necessita dos serviços sociais, municipais e conseguir também congregar a volta da autarquia uma rede a ação social com todos os parceiros possíveis, quer institucional ou Organizações não Governamentais (ONGs) privadas, que duplica a ação social em alguns casos.
“Nós conseguimos ter um retrato final definitivo, concreto e mais realista possível de vulnerabilidade de problemas sociais existentes na Brava, que têm a necessidade de intervenção. E como podemos ver já se encontram em andamento dois projectos no terreno, isto, como trabalho piloto, um na área cultural e outro no desporto”, ressaltou.
Outrossim, informou ainda que também viram outras áreas, como a educação, saúde e a própria ação social, e todos os caminhos que são apontados para actividades que devem ser levadas em consideração, para que no fundo possam ter uma boa prestação de cuidados sociais.
“Aqui na ilha, dentro dos recursos que são poucas, mas se nós gerirmos melhor e através destes dados que conhecemos a realidade e temos todas as organizações numa só, rede daremos respostas sociais e isso, claramente, é um ganho para toda a sociedade bravenses”, finalizou.