Transporte marítmo inter-ilhas nas mãos de estrangeiros

Os armadores nacionais filiados na Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha Mercante (ACAMM) “não vão participar” na quota de mercado de 25 por cento (%) da concessão do transporte inter-ilhas, anunciou hoje o presidente da organização. Com esta decisão dos armadores nacionais, os transportes marítmos inter-ilhas poderão ficar a 100% nas mãos de estrangeiros.

Nov 7, 2018 - 10:59
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Transporte marítmo inter-ilhas nas mãos de estrangeiros

Os armadores nacionais filiados na Associação Cabo-verdiana dos Armadores da Marinha Mercante (ACAMM) “não vão participar” na quota de mercado de 25 por cento (%) da concessão do transporte inter-ilhas, anunciou hoje o presidente da organização. Com esta decisão dos armadores nacionais, os transportes marítmos inter-ilhas poderão ficar a 100% nas mãos de estrangeiros.

Em declarações à imprensa, após receber Janira Hopffer Almada, ao início da tarde de hoje, no Mindelo, o presidente da ACAMM, João Guilherme, justificou a decisão com o facto de se tratar de um “alto investimento sem retorno”.

Como referiu a mesma fonte, seria um investimento “na incerteza”, uma vez que quem domina 75% do mercado vai encontrar formas de “contornar os resultados finais”, pois, ajuntou, estando fora deste processo os armadores nacionais “não sobreviverão”, uma vez que para além dos activos, há ainda “mais de uma centena de funcionários” e os encargos bancários.

Ademais, a mesma fonte informou que a ACAMM está a dar “passos” nesse processo e que “não exclui a via judicial”.

“Mas estamos cientes de que o Governo vai consciencializar-se e mudar de opinião em relação ao que se esta a passar e voltar para os armadores nacionais e encontrar uma saída para o país”, concretizou João Guilherme.

Por isso, ajuntou, a ACAMM tem estado a desempenhar o seu papel no sentido de convencer o Governo de que esta não é melhor via para os transportes marítimos nacionais e que deveria trabalhar com os nacionais para se encontrar a solução.

Reconheceu, no entanto, que a marinha nacional “não está nas melhores condições”, mas que “a culpa não é apenas dos armadores, mas também do Governo”, pois, por exemplo, precisou, o preço dos fretes tem-se mantido desde 2006 e os encargos para o Estado, principalmente as taxas da Enapor, “aumentaram consideravelmente”.

“Já fizemos contactos ao mais alto nível, em primeiro lugar está o país, pois, com certeza, uma empresa estrangeira virá a procura de lucro e se tal não ocorrer vai embora”, concluiu.