Trump proíbe pessoas transgénero de entrar no Exército dos EUA
O Presidente norte-americano anunciou nesta quarta-feira que o Governo dos EUA "não vai aceitar nem admitir transgénero para servir no Exército norte-americano". Para Donald Trump, "os militares devem estar focados nas vitórias decisivas e esmagadoras e não podem ficar com o fardo dos tremendos custos médicos e transtornos que ser transgénero no Exército implicaria".
O líder da Casa Branca repõe assim a proibição existente até Junho de 2016, que barrava o acesso ao Exército, Marinha e Força Aérea a quem tinha uma identidade de género diferente da que lhe foi atribuída à nascença. Poder integrar os corpos militares tinha sido uma conquista da comunidade transgénero durante a Administração Obama. À data, a decisão foi anunciada pelo então secretário de Estado da Defesa dos EUA, Ashton B. Carter.
"Não podemos permitir que haja barreiras à entrada das pessoas — barreiras que não têm nada que ver com as suas qualificações para aqueles lugares", explicava o então secretário da Defesa. "Não vão poder continuar a ser dispensados ou afastados de qualquer maneira do serviço militar apenas por serem transgénero."
No entanto, a decisão nunca chegou a ser levada à prática. No início de Julho de 2017, o actual secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, aprovou uma "recomendação" para "adiar o acesso dos candidatos transgénero às Forças Armadas até 1 de Janeiro de 2018".
Como é hábito, Trump anunciou a decisão no Twitter. O Presidente norte-americano afirma que a medida resulta de uma reunião com generais e especialistas ligados ao Exército.
Esta não é a primeira medida que Trump revoga em relação a pessoas transgénero. Em Fevereiro, a Administração Trump revogou uma directiva de Barack Obama sobre o uso de casas de banho e balneários por alunos transgénero nas escolas públicas. Os alunos transgénero deixaram de estar autorizados a utilizar as casas de banho e balneários reservadas ao sexo com o qual se identificam.
Democratas já reagiram
A decisão de Trump está a ser criticada pelos democratas, pela voz do líder do partido, Tom Perez, que desde Fevereiro tem como missão liderar a oposição ao Presidente. A reacção ao anúncio de Trump surgiu igualmente no Twitter.
«Aos membros da comunidade transgénero: Vocês não são um 'fardo'. Não deixem que este Presidente vos abale. Nós apoiamo-vos, estamos com vocês», lê-se no tweet publicado por Perez, que numa segunda publicação agradece ao Exército norte-americano pelo serviço prestado ao país.