Unidade de produção de Queijo do Cachaço, de portas fechadas por falta de leite
Cidade de Nova Sintra, 18 Nov (Bravanews) - A unidade de produção de queijo da localidade de Cachaço esta abandonado, de portas fechadas e sem qualquer actividade por causa de falta de leite.
Cidade de Nova Sintra, 18 Nov (Bravanews) - A unidade de produção de queijo da localidade de Cachaço esta abandonado, de portas fechadas e sem qualquer actividade por causa de falta de leite.
Na localidade de Cachaço, localiza-se um projeto inovador que tem contribuído significativamente para a melhoria das condições de vida de uma parte da população daquela povoação. Situada a seis quilómetros da cidade de Nova Sintra, a Fábrica de Queijo do Cachaço é fruto de uma parceria entre a Associação do Cachaço e o Governo de Cabo Verde que, através do Programa de Luta Contra a Pobreza, financiou a construção e os equipamentos desta unidade produtiva. A Fábrica de Queijo do Cachaço foi um caso de sucesso do empreendedorismo bravense.
Foi sim, porque hoje a situação da unidade de produção de queijo de Cachaço é de se lamentar, pelo facto de se encontrar de portas fechadas e sem qualquer data para retomar as actividades, paralisadas a mais de um ano.
A pastorícia e a criação de animais, principalmente de gado caprino, são as atividades principais da localidade de Cachaço, na Ilha Brava. Trazer valor acrescentado a este setor econômico motivou a sua população a unir-se na criação de uma pequena unidade industrial, capaz de transformar o leite que aqui se produz em queijos que são comercializados na Brava, no Fogo e em Santiago. A tradição queijeira da Ilha Brava vem de longa data, contudo, a sua produção sempre foi artesanal e apenas para consumo das famílias que o produziam. Foi precisamente a pensar nesta tradição e no saber dos mais antigos que a Associação do Cachaço, aproveitando o Programa de Luta Contra a Pobreza, identificou como potencial económico a criação desta unidade industrial.
Criada em 2003, a Fábrica de Queijo do Cachaço contou ate seu encerramento, com sete funcionárias, seis das quais chefe de família.
A sazonalidade da produção é um dos constrangimentos que esta unidade produtiva enfrenta. Na época onde há menos pastos, devido à escassez de chuva, os pastores tendem a entregar menos leite na fábrica, o que faz com que a produção diminua drasticamente obrigando as funcionárias a terem que procurar outras formas de rendimento complementar. Em época de abundância de pasto, chegam à fábrica uma média diária de 150 litros de leite, provenientes de 19 pastores da região. Este leite permite a produção de 170 queijos diários.
Mas há mais de um ano, por causa de falta de chuva, seca, mas também de alguma desorganização, por causa da mudança política em Cabo Verde, a unidade se encontra de portas fechadas, mandando para o desemprego sete chefes de família e comprometendo o desenvolvimento de todo uma região.
O mercado interno da Brava representava uma grande fatia do seu consumo, no entanto, a Associação já conseguia colocar, com sucesso, este produto no Fogo e em Santiago, em especial na cidade da Praia. A intenção era, a curto prazo, expandir a sua distribuição para os mercados do Sal e da Boa Vista. Para tal, vinha apostado na qualidade do produto, na sua embalagem e na apresentação final do mesmo.
O sucesso alcançado com a unidade de produção de queijo do Cachaço, levou o Ministério do Desenvolvimento Rural a replicá-lo em Campo Baixo, uma outra zona da Ilha Brava.
O certo é que os anos áureos da unidade de queijo já pertencem ao passado e espera-se que haja uma solução para que a unidade volte a funcionar para a satisfação da população de Cachaço, contribuindo para o desenvolvimento da ilha.
MS