VIH/Sida: Ilha Brava registou dois novos casos e um óbito em 2022 – delegado de Saúde
O delegado de Saúde da ilha Brava anunciou hoje que a ilha registou mais dois novos casos de VIH/Sida, encontrando-se mais um resultado ainda pendente, e um óbito em 2022.
O delegado de Saúde da ilha Brava anunciou hoje que a ilha registou mais dois novos casos de VIH/Sida, encontrando-se mais um resultado ainda pendente, e um óbito em 2022.
Hélder Pires falava à Inforpress no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Luta Contra VIH/Sida, assinalada hoje, e aproveitou para reforçar a preocupação em relação à taxa de prevalência na ilha.
Segundo o médico, neste momento a ilha regista 52 casos, realçando que a situação “é preocupante” e que, até esta data, com oito meses à frente da Delegacia de Saúde da Brava, ainda não conseguiu localizar todos os pacientes.
Quanto à taxa de prevalência, o responsável tomou como exemplo a ilha do Fogo, que é a mais próxima da Brava, com mais de 30 mil habitantes, e que neste momento conta com 102 pacientes com VIH, conforme informou.
Neste sentido, realçou que Brava possui cinco vezes mais casos do que a ilha vizinha, demonstrando assim a “gravidade” da situação e a necessidade de a sociedade tomar outras medidas em relação a certos comportamentos.
Entretanto, este dirigente informou que tem havido um aumento da procura dos serviços de saúde por parte dos pacientes para a realização de testes de HIV nos últimos meses, em relação ao início do ano.
E, de acordo com os dados que anunciou, mostrou que no mês de Janeiro o laboratório de análises da delegacia tinha feito 17 testes, em Fevereiro fez 11, mas já em Agosto aumentou para 48 testes, seguido de 50 em Setembro e 89 em Outubro, demonstrando assim um “grande aumento”.
Para o médico, tal pode ser visto como uma “preocupação e início da consciencialização” da sociedade em relação a esta problemática.
Mas, alertou, somente a realização do teste não é suficiente e a única coisa que deve ser feita é “premir a tecla de que as pessoas têm de se proteger, evitar comportamentos de riscos”, nomeadamente, evitar múltiplos parceiros, entre outros.
Em relação ao seguimento do tratamento, o médico apelou aos pacientes para procurarem os serviços da delegacia para seguirem um tratamento, relembrando que todo o paciente que já foi diagnosticado com HIV deve seguir um tratamento para não colocar mais em risco o estado de saúde do próprio paciente e da sociedade.
E, neste aspecto, alertou que o tratamento não é feito somente à base de medicamentos, mas também um seguimento pelo Serviço de Psicologia da Delegacia de Saúde, exames para acompanhar a evolução dos medicamentos, entre outros requisitos.
Questionado sobre o que o delegado e a sua equipa têm ou pretende fazer, informou que têm tentado fazer o seguimento no terreno, mas que têm deparado com “alguns constrangimentos”, como a mudança de residência ou de contacto, casos em que os pacientes eram crianças na altura do diagnóstico e agora não conseguem identificá-los, e ainda a migração para outras ilhas.
Neste sentido apela aos pacientes, aos pais das crianças, para o procurarem e seguirem o tratamento de forma a “controlar o vírus e os danos” que causa no sistema imunitário, mas também como uma forma de “proteger” a sociedade e o meio em que se encontra inserido.
Na Brava, o dia vai ser assinalado com feira de saúde, organizada pela Delegacia de Saúde e que vai decorrer na Praça Eugénio Tavares, em Nova Sintra, e algumas palestras e conversas abertas nas escolas.
O Dia Mundial do Combate à Sida é assinalado anualmente a 01 de Dezembro, com o objectivo de sensibilizar e apoiar aqueles que padecem desta doença e homenagear os que faleceram infectados.