VIH/Sida: Ilha Brava regista 48 casos de enfermos todos “devidamente identificados”
A ilha Brava conta neste momento com 48 casos de pacientes com HIV Sida, todos “devidamente identificados” pelas autoridades sanitárias locais, porém cerca de oito enfermos já não estão a fazer controlo há mais de três anos.
A informação foi avançada à Inforpress, hoje, pelo delegado de Saúde local, Hélder Pires, salientando que depois de uma investigação, mais profunda, feita pela equipa multidisciplinar do hospital, chegaram à conclusão que actualmente existem 48 pacientes com HIV no concelho.
“Nas últimas informações que tivemos, a ilha contava com 63 infectados, todavia alguns pacientes que estavam no processo pertencente à Brava, foram transferidos para a cidade da Praia, outros acabaram por falecer e alguns emigraram.
Segundo o médico, neste momento o que estão a tentar fazer é que, até o final deste ano, pelo menos 80 por cento destes pacientes, já estejam a fazer tratamentos e todos, com suas cargas virais e CD4 feito.
“Cargas virais e CD4 são aqueles exames que usamos para fazer o acompanhamento dos doentes para ver se estão a ter uma boa evolução no tratamento ou não”, explicou.
Entretanto, este dirigente informou que existe alguns pacientes que já não estão a comparecer na estrutura do hospital para fazerem o controlo, ou seja, o devido tratamento, mas garantiu que são enfermos que já estão identificados, no entanto, segundo o mesmo, o objectivo é fazer o trabalho de abordagem e tentar trazer-lhes de volta às consultas.
Para o médico, com o surgimento da pandemia da covid-19, o foco ficou apenas nesta doença, uma vez que, de acordo com o mesmo, os pacientes que abandonaram o tratamento foram vistos no tratamento, pela última vez em 2019 e para trazer-lhes de volta é um pouco complicado.
“O nosso primeiro trabalho para trazer de volta estes pacientes é tentar conhecê-los melhor e aproximar-nos, pois, eles já estão todos identificados, excepto um, mas acreditamos que em breve iremos conseguir identificar”, informou.
Neste sentido, o mesmo disse que já estão todos delineados com uma estratégia de abordagem a estes pacientes, para fazer com que todos voltem a fazer o tratamento.
Hélder Pires apelou aos pacientes para procurarem os serviços da delegacia para seguirem um tratamento, relembrando que todo o paciente que já foi diagnosticado com HIV deve seguir um tratamento para não colocar mais em risco o estado de saúde do próprio paciente e da sociedade.
E, neste aspecto, alertou, o tratamento não é feito somente à base de medicamentos, mas também um seguimento pelo Serviço de Psicologia da Delegacia de Saúde, exames para acompanhar a evolução dos medicamentos, entre outros requisitos.
“Somente a realização do teste não é suficiente e a única coisa que deve ser feita é premir a tecla de que as pessoas têm de se proteger, evitar comportamentos de riscos, nomeadamente, evitar múltiplos parceiros, entre outros”, aconselhou.
De acordo com Hélder Pires, a equipa multidisciplinar do hospital tem como objectivo fazer todos os seus pacientes portadores de HIV Sida ficarem “indetectável”, ou seja, controlar o vírus para que fique em um nível tão baixo no sangue do paciente.
“Estando indetectável cortamos a corrente de transmissão e a partir daí teremos menos foco de propagação na ilha”, finalizou.
O Dia Mundial do Combate à Sida é assinalado anualmente a 01 de Dezembro, com o objectivo de sensibilizar e apoiar aqueles que padecem desta doença e homenagear os que faleceram infectados.